Dia da Independência é marcado por confrontos e prisões pelo País

São Paulo - Manifestantes formados em sua maioria por integrantes do Black Bloc entraram em confronto com policiais militares na capital paulista Foto: Bruno Santos / Terra
São Paulo - Manifestantes formados em sua maioria por integrantes do Black Bloc entraram em confronto com policiais militares na capital paulista
Foto: Bruno Santos / Terra
Assim como era esperado, por conta do agendamento de eventos nas redes sociais, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do País neste sábado, durante a celebração do feriado de 7 de Setembro. Também prevista era a ação de pessoas ligadas ao movimento Black Bloc, que, principalmente no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, protagonizaram atos de vandalismo e entraram em confronto com a Polícia Militar. 

O confronto entre o grupo e a PM espantou o público que assistia ao desfile.  Muitas crianças passaram mal e foram atendidas pelos socorristas. Houve corre-corre e confusão, e famílias e crianças saíram correndo do local desesperadas. 

Durante o tumulto, ao menos oito pessoas foram presas e seis ficaram feridas. Policiais revistaram mochilas de manifestantes e detiveram alguns por uso de máscaras, até que se identificassem.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, até as 20h10, 77 manifestantes foram encaminhados à delegacias na capital fluminense. Do total, 50 manifestantes foram detidos no bairro de Laranjeiras. 
Brasília
Na capital federal, 39 manifestantes foram detidos pela PM em meio às manifestações até as 20h10. A polícia usou muitas bombas de efeito moral, além de tiros de borracha, para afastar manifestantes que tentavam se aproximar do Estádio Nacional Mané Garrincha, onde a Seleção Brasileira fez amistoso contra a Austrália.
Enquanto representantes negociam passagem com a PM, manifestantes aguardam parados Foto: Gustavo Gantois / Terra
Enquanto representantes negociam passagem com a PM, manifestantes aguardam parados
Foto: Gustavo Gantois / Terra

Um grupo de cerca de 500 integrantes se concentrou no início da tarde na rodoviária da cidade e seguiu à arena horas antes da partida. Houve registros de quebra-quebra e vandalismo no caminho, o que levou a polícia a desfazer uma primeira linha de bloqueio e recuar, aumentando a segurança no entorno do Mané Garrincha para evitar a maior aproximação.

Por volta das 14h30, manifestantes conseguiram furar parte do bloqueio formado no eixo monumental e chegaram à altura da Torre de TV, nas proximidades do Mané Garrincha. O batalhão de choque disparou bombas de gás para afastar e dispersar os manifestantes. 

Durante o confronto entre policiais e manifestantes, um fotógrafo torceu o pé, caiu e viu PMs se aproximarem com cães. Após o incidente, houve confusão entre repórteres e policiais, que usaram spray de pimenta. O jornalista ferido foi levado em uma viatura do choque para o hospital.

São Paulo
Em São Paulo, os protestos se concentraram na região central da capital paulista. Manifestantes se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e partiram em passeata, seguindo pela avenida 23 de Maio.
São Paulo - São Paulo  Homem quebra vidro de viatura durante manifestação Foto: Bruno Santos / Terra
São Paulo - São Paulo Homem quebra vidro de viatura durante manifestação
Foto: Bruno Santos / Terra

Quando as pistas da 23 de maio foram fechadas, em meio a uma correria, vários motoristas, surpresos com a invasão, acabaram ficando sem saber o que fazer. Dois que vinham na frente, na tentativa de escapar, tiveram os carros atingidos por barras de ferro.

Em meio à correria, até o carro do comando de área da Polícia Militar, teve o vidro de trás estilhaçado por um manifestante. No trajeto, pedras foram arremessadas contra policiais e até contra veículos que passavam nas alças acima da avenida. 
Homem foi atropelado em protesto em São Paulo neste sábado Foto: Futura Press
Homem foi atropelado em protesto em São Paulo neste sábado
Foto: Futura Press
Quando o grupo chegou ao centro, a situação ficou mais tensa. Em frente à Câmara Municipal de São Paulo, bastaram 3 minutos para que a confusão começasse. Em um primeiro momento, manifestantes começaram a atirar pedras contra as vidraças do prédio. Algumas janelas foram atingidas com êxito.

A Polícia Militar, que já cercava o prédio, respondeu rapidamente, com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio ao mesmo tempo em que eram atacados com pedras, bolas de gude e bolas de chumbo, utilizadas em pescarias.

Enquanto parte do grupo se dispersou, outra partiu para o enfrentamento, atirando pedras de todos os tamanhos contra os policiais. Nesse momento, uma cena chamou a atenção. Vários policiais revidando as pedradas com as mesmas pedras arremessadas pelos manifestantes. 

Um grupo grande se dirigiu à região da Praça da Sé, quebrando tudo o que via pela frente. Dezenas de lixeiras, telefones públicos e fachadas de agências bancárias ficaram totalmente destruídas.

Na região da praça da Sé, quatro pessoas foram atropeladas, uma delas por uma viatura da Polícia Militar. O motorista de um Corsa atropelou duas pessoas, que sofreram fraturas nas pernas. Elas tiveram um primeiro atendimento por um grupo de médicos solidários à manifestação e, com a demora do resgate, foram levados em um táxi para o hospital.

O caso mais grave da tarde aconteceu na praça João Mendes, quando manifestantes derrubaram um policial militar de uma moto. Acuado, ele sacou um revólver e atirou contra o chão. Estilhaços atingiram o fotógrafo da agência Futura Press Tércio Teixeira, que foi socorrido no Grupamento do Corpo de Bombeiros que fica praticamente em frente de onde ocorreu o fato. Depois disso, ele foi encaminhado para a Santa Casa. Um estilhaço ficou alojado em seu queixo.

Até as 20h50, ao menos 28 pessoas haviam sido detidas na avenida Paulista e nove na região central.
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