Em seu primeiro depoimento à Justiça boliviana, o adolescente H.A.M., que já havia admitido o disparo de um sinalizador na partida entre Corinthians e San José, em Oruro, no dia 20 de fevereiro, reafirmou sua versão. Em declaração de 2h40min realizada no prédio do consulado da Bolívia, em São Paulo, o jovem membro de torcida organizada voltou a declarar que efetuou o disparo do foguete no Estádio Jesús Bermúdez, no dia em que um objeto do mesmo tipo matou o garoto Kevin Espada na arquibancada.
O teor do depoimento, que preencheu cinco páginas, foi sigiloso, mas o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) confirmou em linhas gerais que o adolescente reiterou a versão dada inicialmente à Justiça do Brasil. Não há a confirmação que o sinalizador que teria sido disparado por H.A.M. seja o mesmo que matou Kevin, mas a associação é feita pelo fato de não haver notícias de outro objeto disparado no mesmo dia no estádio.
Agora, o promotor boliviano volta ao seu país para juntar ao processo o depoimento do adolescente e analisar o que fará com os 12 corintianos que seguem presos há mais de dois meses em Oruro. Segundo o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP), a esperança é que "em um futuro próximo", sem estipular prazo, ao menos cinco torcedores sejam libertados – aqueles que, na reconstituição do crime, mostraram que estavam fora do estádio no momento da tragédia.
Cândido e Capez acompanharam o caso a pedido dos 12 corintianos presos na Bolívia. Também estiveram presentes no consulado boliviano na capital paulista dois advogados da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube alvinegro.
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