Maduro diz que Chávez foi "atacado" e anuncia expulsão de americano

Vice-presidente voltou a atacar a "conspiração" contra a Venezuela e comparou o caso de Chávez ao do líder palestino Yasser Arafat

Nicolás Maduro fala a jornalistas após reunião da cúpula político-militar do governo em Caracas Foto: Televisão estatal venezuelana / AFP
Nicolás Maduro fala a jornalistas após reunião da cúpula político-militar do governo em Caracas
Foto: Televisão estatal venezuelana / AFP
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, renovou as acusações de uma "conspiração" contra "o povo venezuelano" ao denunciar a chance de o presidente Hugo Chávez ter sido diretamente "atacado". As afirmações foram feitas nesta terça-feira em um longo anúncio público na televisão nacional venezuelana após um encontro da cúpula político-militar do governo de Caracas em meio à incerteza sobre Chávez, internado em Caracas em luta contra o câncer. "Estamos certo de que o comandante Chávez foi atacado com esta enfermidade", afirmou Maduro. "Já temos pistas, e chegará o momento de desenvolver uma investigação (sobre este ataque). (...) Chegará o momento da história em que se constituirá uma comissão científica que confirmará que Chávez foi atacado", disse o vice-presidente, comparando o caso de Chávez ao doe Arafat. Arafat, histórico líder palestino, morreu em um hospital francês no dia 11 de novembro de 2004, episódio considerado "misterioso" por alguns observadores e aliados que pedem a determinação exata de seu falecimento. Em julho do ano passado, um documentário da rede de televisão árabe Al-Jazeera revelou quantidades extraordinárias de polônio em objetos pessoais de Arafat, endossando a tese de envenenamento, reabrindo a investigação do caso. Como parte das medidas tomadas pela Caracas chavista contra a "conspiração", Maduro anunciou a expulsão de um funcionário diplomático americano que trabalharia em prol da "desestabilização político-militar" da Venezuela. "David de Mónaco, acusado de propor projetos desestabilizadores, está expulso do país", afirmou Maduro, que durante a permanência de Chávez em Cuba assumiu o posto de presidente interino. Falando à imprensa e à agência AFP poucas horas depois do pronunciamento de Maduro, o embaixador venezuelano, Elías Jaua, completou a informação afirmando que dois diplomatas americanos foram expulsos da Venezuela. O porta-voz do Pentágono Todd Breasseale confirmou a expulsão de do "adido aeronáutico" e "coronel" americano De Monaco, mas não fez referência ao segundo expulso, identificado por Jaua como Deblin Costal. O anúncio, no qual Maduro reforçou repetidamente a tese de que uma "conspiração nacional e internacional" tenta minar as reformas sociais e conter a revolução do "socialismo do século XXI" liderada por Chávez, foi precedido de uma reunião da cúpula político-militar governista venezuelana no Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas. Maduro admitiu que o país vive "dias muito difíceis" devido à saúde de Chávez, mas não deu novos detalhes sobre a situação do presidente. Ontem, o ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, comunicou o recrudescimento da saúde de Chávez, que enfrenta uma nova e grave crise respiratória. Um novo boletim médico foi prometido por Maduro ainda para hoje. Instantes após o pronunciamento, o opositor Henrique Capriles criticou Maduro por "seguir mentindo" para o povo venezuelano.
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