(do G1) No primeiro trimestre de 2011, o ritmo
de crescimento do volume de
impostos sobre produtos superou o
da economia na comparação com o
mesmo período de 2010, conforme
apontam dados sobre o Produto
Interno Bruto divulgados nesta sexta-
feira (3) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística ( IBGE ).
Números divulgados pelo instituto
apontaram que a economia brasileira
registrou crescimento de 1,3% no
primeiro trimestre (janeiro a março) de
2011 sobre os três últimos meses de
2010.
Sempre que o valor adicionado cresce
mais do que o PIB, é sinal de que os
impostos estão aumentando"
Régis Bonelli, do Instituto Brasileiro de
Economia
Deacordo com os dados do IBGE, o
valor adicionado a preços básicos, que
representa o quanto as atividades
econômicas "enriqueceram" a
economia, cresceu 3,8% no primeiro
trimestre em relação ao mesmo
período de 2010; já o volume de
Impostos sobre Produtos líquidos de
Subsídios registrou aumento de 6,5%
na mesma comparação - juntos, os
números resultaram numa expansão
de 4,2% do PIB.
“Essa variação do volume dos
Impostos sobre Produtos líquidos de
Subsídios deve-se, principalmente, à
expansão do volume das Importações
de Bens e Serviços e da atividade de
Intermediação financeira e seguros”,
informou o IBGE em nota.
“Em termos reais, os impostos
cresceram mais que o valor
adicionado”, diz Rebeca Palis, gerente
da Coordenação de Contas Nacionais
do IBGE. Ela esclarece que, nessa
conta, entram apenas os impostos
sobre produtos: “ICMS, IPI, ICMS,
Cofins. Não tem Imposto de Renda,
por exemplo”.
Na avaliação do economista Régis
Bonelli, do Instituto Brasileiro de
Economia (Ibre) da Fundação Getúlio
Vargas), os números refletem o
aumento dos impostos no período.
“Os impostos sobre produtos
aumentaram bastante. Em alguns
períodos, como quando o governo
deu muita isenção depois da crise, os
impostos cresceram menos. Sempre
que o valor adicionado [em impostos]
cresce mais do que o PIB, é sinal de
que os impostos estão aumentando”,
afirmou o professor.
Em nota assinada pelo presidente da
entidade, Rogério Amato, a Associação
Comercial de São Paulo afirma que a
expansão dos impostos “repete
comportamento observado nos
últimos anos, de a tributação crescer
mais do que a economia”, e destaca
que o Impostômetro, medidor
eletrônico de arrecadação tributária
mantido em São Paulo pela Associação
Comercial de São Paulo (ACSP) e pelo
Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), atingiu nesta semana
a marca dos R$ 600 bilhões em
impostos federais, estaduais e
municipais pagos pelos brasileiros
desde o começo do ano.
Agricultura em alta
Principal destaque da economia em
crescimento no primeiro trimestre, a
expansão de 3,3% do setor
agropecuário sobre o período anterior
reflete as projeções de que 2011 será
um ano bom para a agricultura.
“Algumas culturas importantes estão
com bons prognósticos de safra no
ano, como soja, arroz e fumo”, explica
a economista-chefe da Rosemberg &
Associados, Thaís Marzola Zara.
Na avaliação de Thaís, é cedo para
avaliar se o desempenho mais fraco
que o esperado no consumo das
famílias já reflete os efeitos das
medidas macroprudenciais conduzidas
pelo governo desde dezembro, para
conter a expansão do crédito.
"Dentro dos seviços, deve se destacar
a queda de intermediação financeira,
apesar do aumento do crédito algum
recuo na margem nos níveis de
concessão. Caiu um pouco e isso já é
reflexo das medidas do governo"
Em janeiro, o Banco Central iniciou um
ciclo de aperto monetário. A
expectativa é de que o Comitê de
Política Monetária (Copom) promova
mais um aumento de 0,25 ponto no
juro na semana que vem.
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