Após anos de luta contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por sua luta contra o Apartheid, Mandela deixa a África do Sul e o mundo aos 95 anos; "Nosso povo perdeu um pai", disse Jacob Zuma, ao anunciar a morte do líder |
O ex-presidente e líder histórico da luta contra a segregação racial da África do Sul, Nelson Mandela, morreu nesta quinta-feira, 5 de dezembro de 2013. A notícia foi passada à nação e ao mundo pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma.
"Meus amigos sul-africanos, nosso amado Nelson Rolihlahla Mandela, o presidente fundador da nossa nação democrática, foi embora. Ele morreu em paz, na companhia da sua família, por volta das 20h50 (horário sul-africano) neste dia 5 de dezembro", comunicou Zuma em rede nacional, enquanto uma multidão de sul-africanos, permeada por policiais e jornalistas, se mobilizava na frente de sua casa, à espera da notícia.
"Ele está descansando. Ele está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu um pai", resumiu Zuma.
Mandela tinha 95 anos e há muito lutava contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país. Ele foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999.
Uma vida de resistência, sonho e luta contra a segregação e a favor da união
Nascido em 18 de julho de 1918 no vilarejo de Mvezo, no distrito de Umtata, região sul-africana de Transkei, Rolihlahla Mandela foi o grande nome da luta contra o fim da divisão entre brancos e negros na África do Sul.
Em 1962, Mandela foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e por viajar ao exterior sem autorização. Em 1964, foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua por sabotagem e por conspirar para outros países invadir a África do Sul. No julgamento, ele se declarou culpado da primeira, mas jamais assumiu a segunda acusação.
Mandela passou 27 anos preso. Os primeiros dezoito, na ilha de Robben. Em 1976, recusou uma revisão da pena em troca de retornar para sua região de origem. Em 1985, também rejeitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Ele finalmente foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, quando sufocado pelas sanções internacionais, o regime do Apartheid iniciou um processo de abertura e soltou o principal rosto de sua oposição.
Em 1991, Mandela foi eleito o presidente do Congresso Nacional Africano, principal partido negro do país que fora banido nos anos 60 e recém retomava as atividades. Engajou-se de corpo e alma ao fim do regime segregacionista e, em 1993, conquistou o prêmio Nobel da Paz ao lado do presidente Frederik Willem de Klerk por seus esforços conjuntos pela reconciliação do povo sul-africano.
Em 27 de abril de 1994, foi eleito presidente nas primeiras eleições multirraciais do país, colocando um ponto final no regime segregacionista que governara a África do Sul por 46 anos. "Nós enfim atingimos nossa emancipação política. Nunca, nunca e nunca de novo deixemos que essa linda terra experimente a opressão de um pelo outro", disse em seu discurso de posse, em 10 de maio de 1994.
"Meus amigos sul-africanos, nosso amado Nelson Rolihlahla Mandela, o presidente fundador da nossa nação democrática, foi embora. Ele morreu em paz, na companhia da sua família, por volta das 20h50 (horário sul-africano) neste dia 5 de dezembro", comunicou Zuma em rede nacional, enquanto uma multidão de sul-africanos, permeada por policiais e jornalistas, se mobilizava na frente de sua casa, à espera da notícia.
"Ele está descansando. Ele está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu um pai", resumiu Zuma.
Mandela tinha 95 anos e há muito lutava contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país. Ele foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999.
Uma vida de resistência, sonho e luta contra a segregação e a favor da união
Nascido em 18 de julho de 1918 no vilarejo de Mvezo, no distrito de Umtata, região sul-africana de Transkei, Rolihlahla Mandela foi o grande nome da luta contra o fim da divisão entre brancos e negros na África do Sul.
Em 1962, Mandela foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e por viajar ao exterior sem autorização. Em 1964, foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua por sabotagem e por conspirar para outros países invadir a África do Sul. No julgamento, ele se declarou culpado da primeira, mas jamais assumiu a segunda acusação.
Mandela passou 27 anos preso. Os primeiros dezoito, na ilha de Robben. Em 1976, recusou uma revisão da pena em troca de retornar para sua região de origem. Em 1985, também rejeitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Ele finalmente foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, quando sufocado pelas sanções internacionais, o regime do Apartheid iniciou um processo de abertura e soltou o principal rosto de sua oposição.
Em 1991, Mandela foi eleito o presidente do Congresso Nacional Africano, principal partido negro do país que fora banido nos anos 60 e recém retomava as atividades. Engajou-se de corpo e alma ao fim do regime segregacionista e, em 1993, conquistou o prêmio Nobel da Paz ao lado do presidente Frederik Willem de Klerk por seus esforços conjuntos pela reconciliação do povo sul-africano.
Em 27 de abril de 1994, foi eleito presidente nas primeiras eleições multirraciais do país, colocando um ponto final no regime segregacionista que governara a África do Sul por 46 anos. "Nós enfim atingimos nossa emancipação política. Nunca, nunca e nunca de novo deixemos que essa linda terra experimente a opressão de um pelo outro", disse em seu discurso de posse, em 10 de maio de 1994.
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