RS: menino seria impedido pela madrasta de entrar em casa

Corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi enterrado na manhã desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Santa Maria (RS) junto ao túmulo da mãe, morta em 2010
Foto: Jader Benvegnú / Futura Press

Uma moradora de Três Passos afirma que a madrasta do menino Bernardo, Graciele Boldrini, impedia que a criança entrasse em casa quando ele voltava do colégio. O menino seria obrigado a ficar na rua até que o pai, o médico Leandro Boldrini, chegasse a abrisse a porta para ele. Bernardo foi morto, segundo o atestado de óbito, em 4 de abril. O casal e uma amiga da madrasta foram presos na segunda-feira suspeitos pelo crime. 

“Toda a população aqui sabia de como era o caso. As pessoas viam ele pela rua, ou esperando sentado na calçada o pai chegar”, diz a promotora de eventos Luana Gabriela Alves da Silva, que é de Três Passos. Luana afirma que a madrasta não deixava a criança entrar em casa e, nos dias que o pai demorava muito tempo no hospital onde trabalhava, ele passava horas na rua. Muitas vezes, ela conta, vizinhos cuidavam do menino.

“Acolhiam ele por saber da situação”, diz Luana, que conta que, como a cidade é pequena – Três Passos tem 23 mil habitantes –, todos sabiam da situação da criança.

Leandro e Graciele têm ainda uma menina de 1 ano. “O Bê não podia chegar perto da criança”, diz Luana. 

Luana conta que encontrava Bernardo aos finais de semana, na casa de um primo dela, onde ele ia brincar, e em outras ocasiões, como aniversários. “Era uma criança doce, muito carente de afeto. Costumava dar muitos abraços nas pessoas.”

Luana foi promoter da festa “The Night”, que ocorreu no dia 5 de abril em Três de Maio – a cerca de 80 quilômetros de Três Passos. O casal foi visto no camarote mais caro da festa por Luana e outras pessoas. Segundo o atestado de óbito, Bernardo foi morto um dia antes da festa.
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