"Está claro no Tratado de Não-Proliferação, é muito, muito claro, que não há direito a enriquecer (urânio). Mas sob os termos deste acordo, haverá uma negociação sobre se podem ou não ter um programa muito limitado, completamente verificável e extraordinariamente restrito", assegurou Kerry.
O chanceler americano explicou que o Irã tem agora "a capacidade para negociar", mas que só poderá obter urânio sob enriquecimento, como alguns países fazem, de um modo que prove que se tratar de um programa para fins pacíficos. "Nós não reconhecemos o direito de enriquecer", reiterou.
As autoridades iranianas fizeram questão de se cumprimentar por um pacto que, a seu entender, representa um "êxito" porque reafirma para a comunidade internacional seu direito a desenvolver a energia nuclear com fins exclusivamente pacíficos. "A conquista é que o direito de enriquecer urânio em solo iraniano foi reconhecido pelas nações. Isto foi explicitamente estipulado por este acordo", manifestou Rohani em entrevista coletiva na manhã de hoje, quando prometeu a seus cidadãos que "o enriquecimento continuará como no passado".
O texto, na realidade, não reconhece explicitamente o direito a enriquecer urânio, mas sim a desenvolver "a energia nuclear com fins pacíficos" e em conformidade com o Tratado de Não- Proliferação, do qual o Irã é signatário. O denominado "Plano de Ação Conjunto", apesar de permitir que continue enriquecendo urânio, determina que seja a um nível inferior a 5% e exige a dissolução de boa parte das reservas de urânio enriquecido a 20%, nível próximo do necessário para fabricar uma bomba nuclear.
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