De acordo com o comunicado da Unesco, divulgado pela ocasião do Dia Mundial da Alfabetização, celebrado no próximo domingo, dois terços dos analfabetos em questão são mulheres, sendo que a maioria vive na região sul e oeste da Ásia, assim como na África Subsaariana.
Se essa tendência for mantida, em 2015 haverá 743 milhões de adultos e 98 milhões de jovens analfabetos no mundo, segundo os últimos números fornecidos pelo ISU, Instituto Estatístico da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura.
O ano de 2015 é o mesmo que a comunidade internacional fixou em 2000 para conseguir instaurar os chamados Objetivos do Milênio para o Desenvolvimento, entre eles a Educação Para Todos (EPT).
Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), na Europa, em 2009, um entre cada cinco jovens europeus tinha pouca competência em matéria de alfabetização e, no conjunto de seus países-membros, viviam 160 milhões de adultos "analfabetos funcionais".
Esta situação, que impede um individuo de ler um mapa e ajudar um filho a fazer seus deveres, "é até mais grave", tendo em vista que, além do avanço das novas tecnologias, o acesso "à escrita" é uma competência indispensável nas sociedades modernas do saber, ressaltou em nota a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
Irina lembrou que a alfabetização é a chave da aquisição de conhecimentos e saberes e, "mais do que nunca, pedra angular da paz e do desenvolvimento no século XXI", tema da edição do Dia da Alfabetização neste ano e de um colóquio internacional que será realizado na sede central da Unesco no dia 9 de setembro.
O encontro reunirá ministros e vice-ministros de diferentes países africanos, Índia e Paquistão, assim como representantes de ONGs, com o objetivo de estabelecer "as bases de uma Coalizão mundial" destinada ao progresso da alfabetização.
A citada coalizão será apresentada no próximo mês de novembro, adiantou a Unesco, cujo Conselho Executivo abrirá no próximo dia 24 de setembro sua última sessão antes que seus Estados-membros se reúnam em uma Conferência geral para, entre outras tarefas, escolher o novo diretor-geral da Unesco ou reeleger Irina Bokova para um segundo mandato.
Previamente, também no dia 9 de setembro, serão entregues os Prêmios de Alfabetização 2013, cujos cinco ganhadores, originais de Bangladesh, Chade, Costa do Marfim, Índia e Namíbia, participarão de um debate no dia seguinte sobre o tema "As promissoras vias para um mundo alfabetizado".
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