Os três responderão por formação de quadrilha armada, crime inafiançável. Na quarta-feira, em entrevista coletiva, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, afirmou que os detidos participaram de atos de vandalismo durante manifestações nos últimos meses. Além do trio, outros dois adolescentes foram apreendidos nas diligências realizadas em Niterói, São Gonçalo, Tribobó e na zona norte do Rio.
"Encontramos nestas diligências um artefato de ação perfurante, com múltiplas pontas, que na linguagem policial, é conhecido como 'jacaré' ou 'ouriço'. Ao ser lançado, este objeto vai de encontro a alguém e, na ponta, existem pregos. Isso pode ferir qualquer pessoa, atingir uma viatura policial", argumentou a chefe da Polícia Civil, que explicou ainda porque a Polícia Civil vai indiciá-los por quadrilha armada.
"Quando analisamos a página, percebemos que há um comando para que cada um faça dez instrumentos desse. A Polícia Civil sustenta que essas pessoas têm identidade de designo para incitar a violência. Uma das pessoas conduzidas fazia convocação (para as manifestações) de 7 de Setembro", completou Martha Rocha. Os menores apreendidos responderão pelos atos análogos aos maiores de idade. Todos também serão indiciados por incitação a violência.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, na casa dos administradores da página do grupo, famoso por cobrir os rostos nas manifestações que eclodiram pelo País desde junho e enfrentar as forças de segurança, foram encontradas ainda uma faca, máscaras de gás e outros elementos para cobrir a identidade nos atos. Computadores foram apreendidos e, no equipamento pertencente a um dos suspeitos, foi encontrado material de pedofilia. Ele será o único indiciado também por este crime.
Desde o início de julho, a Polícia Civil investiga a fundo a atuação dos Black Blocs. Após as primeiras prisões, de fato, via investigações, uma vez que alguns manifestantes já haviam sido presos após os manifestos de rua, a linha de investigação, segundo Martha Rocha, será de buscar agora as ramificações do grupo.
"Ao serem ouvidos, eles admitiram que não só participavam das manifestações, como coordenavam essa página. Se eles aderem a essa conduta de convocar as pessoas para criarem um artefato perfurante, não há dúvida que eles pertencem a uma quadrilha", complementou.
As investigações apontaram ainda para perfis de classe média dos suspeitos presos na operação. "Essa presença de vandalismo desqualifica a ação legítima de manifestante. Ninguém pode convocar para que as outras pessoas façam esses instrumentos (perfurantes)", concluiu a chefe da Polícia Civil do Rio.
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