Mas, como não tinha dinheiro para pagar, teve que ficar atrás das grades. Com o abandono do marido, ela ficou perdida no sistema carcerário indiano Mas o seu filho, Kanhaiya Kumari, nunca deixou de pensar na mãe, que o deu à luz quatro meses depois de ir para a prisão.
Depois de nascer, Kumari foi separado da mãe e foi viver em orfanatos. Aos 18 anos ele conseguiu o primeiro emprego, e desde então vinha economizando o salário para contratar um advogado e pagar a fiança.
Lentidão e complexidade
Vijay Kumari não é a única pessoa nesta situação na India. Estima-se que há cerca de 300 mil detentos nas prisões indianas. Setenta por cento deles ainda aguardam julgamento, e muitos já estão presos há bastante tempo.
A história de Kanhaiya e Vijay é um exemplo do funcionamento da Justiça indiana, vista como burocrática, complexa e lenta.
A mãe conta que sofreu ao entregar o menino para as autoridades, mas que não achava que a prisão fosse um bom lugar para uma criança.
Tudo que ela tinha era uma foto e as visitas do garoto a cada três meses. "Eu só queria ver meu filho bem encaminhado na vida. Eu não tenho mais ninguém no mundo, e nós somos muito pobres", diz.
Em casa após quase vinte anos separados, mãe e filho tentarão agora reconstruir a família, da qual sobraram apenas os dois.
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