EUA acusam Rússia de ocultar informação sobre Tamerlan Tsarnaev

O policial Sean Collier, 26 anos, de Somerville, Massachusetts, EUA, foi morto a tiros quinta-feira durante a perseguição pela MIT em busca dos suspeitos do ataque à Maratona de Boston

A Rússia ocultou em 2011 uma informação-chave sobre a radicalização do mais velho dos irmãos suspeitos do atentado do dia 15 de abril em Boston, segundo indicaram nesta sexta-feira funcionários americanos ao jornal The Wall Street Journal.

O alerta que as autoridades russas enviaram há dois anos ao FBI sobre Tamerlan Tsarnaev, morto dias depois do ataque na maratona de Boston, foi motivada em parte por algumas mensagens de texto das quais Moscou decidiu não informar, segundo o jornal em sua edição digital.

Os funcionários americanos consideram essas mensagens de texto, enviadas pela mãe dos irmãos a um de seus parentes, as "mais importantes" em uma série de sinais perdidos entre os dois países, cujos serviços de inteligência carregam uma cultura de desconfiança.

Nas mensagens, a mãe, Zubeidat Tsarnaeva, insinuava que Tamerlan estava interessado em se unir a grupos militantes aos quais a Rússia acusa de ataques na região do Cáucaso, de acordo com os funcionários, que pediram o anonimato.

Pelo menos um das mensagens falava "em termos gerais da jihad", embora sem mencionar especificamente planos terroristas.

Segundo os funcionários, essa informação teria provocado uma investigação mais a fundo de Tsarnaev, que junto a seu irmão mais novo, Dzhokhar Tsarnaev, é suspeito de ter colocado as duas bombas que explodiram na reta final da maratona de Boston, causando a morte de três pessoas e ferimentos em 280.

"Esses dados teriam permitido ao Escritório (Federal de Investigações, FBI) abrir uma investigação na qual poderiam seguir o rastro das conversas (de Tsarnaev)", disse ao jornal o congressista Mike Rogers, que preside o Comitê de Inteligência da câmara baixa.

"Para mim, foi então quando realmente se perdeu a oportunidade de prevenir o atentado", acrescentou Rogers.

Os EUA receberam a informação sobre as mensagens cerca de uma semana depois dos ataques.

Os funcionários também asseguraram que, após receber o alerta da Rússia, o FBI pediu em três ocasiões mais informação a respeito e não recebeu nenhuma.

Durante os seis meses que passou na região do Daguestão em 2012, Tamerlan se reuniu com um militante conhecido, segundo indicaram ao jornal funcionários dessa província russa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ao Wall Street Journal que em 2011 Moscou "não podia ter informação detalhada sobre ele porque não vivia em território russo".

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