Escolha de Jorge Bergoglio como novo Papa comove argentinos

Fiéis comemoram a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como o novo papa Francisco na Catedral Metropolitana de Buenos Aires Foto: Aline Duvoisin / Especial para Terra
Fiéis comemoram a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como o novo papa Francisco na Catedral Metropolitana de Buenos Aires
Foto: Aline Duvoisin / Especial para Terra
Logo após o anúncio de que o cardeal argentino Jorge Bergoglio seria o novo Papa, as buzinas começaram a ecoar nas ruas de Buenos Aires. Centenas de fiéis e curiosos, aos poucos, enchiam tanto a Catedral Metropolitana como suas proximidades, onde repetiam declarações espontâneas de felicidade, como “que alegria!” e “graças ao Senhor!”. Abanando bandeiras da Argentina, crianças, jovens, adultos e idosos cantavam o hino de seu país e músicas em homenagem ao novo Papa. “Foi uma surpresa, mas era uma alegria que se esperava”, disse a aposentada Susana Migues, 56 anos, que estava entre a multidão na frente da Catedral. Ela espera que o novo Pontífice proporcione mudanças principalmente em relação à juventude, para que se encaminhe melhor, longe das drogas e do álcool. Já a artista plástica Susana Uriburu não se surpreendeu com o resultado. “Na eleição anterior tinha ficado em segundo, então agora tinha que ser", afirmou. Batendo um sininho, disse que Borgoglio é “uma pessoa excepcional por sua simplicidade, sua sabedoria e sua prudência”. Para ela, ter um papa argentino “é um imenso orgulho, mais do que para nós, para todo o mundo”. Espero que a Igreja se “se renove, se fortaleça”. Para finalizar, lembrou que os brasileiros terão a honra de serem os primeiro a recebê-lo, em maio, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. “Isso é como o futebol. Vocês sempre nos ganham.” Com lágrimas nos olhos, Cristina, preferiu não dar detalhes de sua identidade e quase não conseguiu falar. “Estou muito emocionada para falar, o que você quer que lhe diga?” Almejando mudanças, resignou-se a afirmar que “rezei muito com alguns amigos para que a Igreja se transforme e Bergoglio está à altura dessa missão”. Não foram somente os argentinos que comemoraram. O turista italiano Cesar Graneta, assistente de direção, também considera o fato uma conquista. “É um fenômeno muito importante porque neste momento o mundo necessita um papa com um referente cultural diferente que possa mudar tudo o que está mal no mundo”, disse. Entretanto, um jovem de 20 anos, que preferiu não se identificar, não ficou contente com a escolha. “As pessoas se emocionam porque ele tem nossa mesma nacionalidade, mas esquecem que foi acusado de cumplicidade com crimes cometidos durante a ditadura”, afirmou o jovem. Pouco depois das 19h, quando se iniciou a missa em homenagem ao novo Pontífice, a Catedral Metropolitana ficou sem espaço para abrigar tanta gente. Muitos precisaram ficar de fora, mas nem por isso se retiraram. Entraram a noite fazendo festa em frente ao local.
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