Rio: Cabral inaugura UPPs sob cobranças da população

O governador Sergio Cabral inaugurou nesta quarta-feira a 29ª e a 30ª Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro em regiões simbólicas da cidade, como as favelas de Manguinhos e Jacarezinho, áreas onde ficavam a chamada Faixa de Gaza e a maior cracolândia do Estado. No entanto, ouviram reclamações da comunidade, que tem sofrido com a falta de abastecimento de água e luz com frequência. "Por enquanto, estamos satisfeitos com a segurança, a limpeza também melhorou, mas precisamos reivindicar outras coisas. Precisamos de creches para as crianças e tem muito terreno abandonado onde podem fazer muita coisa, parques, casas", disse a dona de casa Sônia da Silva. "Durante o final de ano, faltou luz por quatro dias seguidos aqui e muita gente reclama que não tem água." Cabral pediu paciência para os moradores. "Sem segurança pública, qualquer serviço público fica prejudicado. Não vamos achar que de uma hora para a outra nós vamos resolver problemas de abastecimento, saneamento, coleta de lixo que estavam com problema há muitos anos", afirmou o governador. Com um total de 1.131 policiais militares, as UPPs de Manguinhos e Jacarezinho vão patrulhar 20 comunidades vizinhas na zona norte do Rio. Instaladas às pressas depois da ocupação da região no dia 14 de outubro, inicialmente as unidades funcionarão em bases em contêineres até que se definam os locais fixos. Cabral prometeu que vai utilizar uma área doada pela General Electric para a construção de um parque - o terreno ainda está sendo descontaminado. E ainda garantiu que serão construídas casas do projeto Minha Casa Minha Vida em outras 81 áreas que serão desapropriadas. "Sabemos que aqui chove e enche d'água. Isso vai mudar. O passo fundamental era restabelecer a paz." O governador informou que as comunidades do Arará e do Rato Molhado serão as próximas a receber UPPs. "Não é a solução de todos os problemas. É um movimento que constrói", afirmou o secretário de segurança José Mariano Beltrame. Segundo o major Cláudio Halicki, comandante da UPP Jacarezinho, a área conhecida como a maior cracolândia do Estado não tem tido mais problemas com a venda da droga. "Depois da ocupação, não temos sequer apreensões da droga na comunidade. O que acontece é que, em muitas comunidades, o tráfico já evita comercializar o crack porque ele traz muitos usuários, roubos e isso atrai a atenção da polícia e da mídia, que é tudo que eles não querem", explicou.
 
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