Grupo de indígenas se instalou no antigo museu para resistir à demolição do edifício Foto: Mauro Pimentel / Terra |
Policiais do Batalhão de Choque cercaram neste sábado o antigo Museu do Índio, prédio vizinho ao Estádio Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, onde um grupo de indígenas se instalou para resistir à demolição do edifício. O governo do Estado pretende demolir o museu para aumentar a área de estacionamento e melhorar o acesso ao Maracanã. Ao menos 200 pessoas, entre índios, apoiadores e membros de organizações simpatizantes estavam no local. O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) foi ao local e conversou com o comandante do Batalhão de Choque. "A gente não sabe se eles pretendem invadir mesmo ou se estão só fazendo uma estratégia de intimidação. Também estamos planejando um protesto amanhã contra a destruição do estádio de atletismo Célio de Barros e eles podem estar querendo mudar um pouco o foco", afirmou Gustavo Mehl, líder do Comitê Popular da Copa. "Espero que não haja confronto. Seria um grande absurdo." Durante o intervalo do almoço, cerca de cinco operários demonstraram apoio aos índigenas, que trancaram os portões e improvisaram uma barricada para proteger a aldeia que montaram no local. "Acho que não é certo o que estão querendo fazer. Por que demolir um prédio histórico como esse?", questionou o carpinteiro José Antônio dos Santos, 47 anos, que trabalha há cinco meses na obra. Os funcionários que apoiaram os índios tiveram seus crachás tomados pela administração da obra, que é tocada por um consórcio entre as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. "Isso significa que vamos ser demitidos, 99% de certeza. Mas quando se fecha uma porta abrem outras, não tem problema", disse o carpinteiro. O Batalhão de Choque estava parado do lado de fora do terreno à espera de uma autorização judicial para desocupar o prédio. Índios e membros do Comitê Popular da Copa fazem vigília dentro do local e prometem resistir.
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