Papa pede coragem contra 'agnosticismo intolerante'

O papa Bento XVI disse neste domingo que os líderes católicos devem ter coragem para enfrentar os ataques de "agnosticismo intolerante" que prevalece em muitos países. Segundo ele, a Igreja Católica vem sofrendo um ataque crescente por causa da oposição ao casamento homossexual e a sacerdotes mulheres. O papa tem repetidamente denunciado o que ele diz serem tentativas de separar a religião do debate público. O pontífice rezou uma missa no dia que o cristãos ocidentais celebram a Epifania, e ordenou quatro arcebispos novos, incluindo seu secretário pessoal. Em uma missa para cerca de 10 mil pessoas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele rejeitou firmemente as sugestões de que a Igreja Católica deveria mudar para se adequar à opinião pública. "Qualquer um que vive e proclama a fé da Igreja está em muitos pontos fora de sintonia com a forma predominante de pensar. A aprovação da sabedoria predominante, no entanto, não é o critério a que nos submetemos", disse ele. Nos Estados Unidos, um grupo começou uma petição no site da Casa Branca, no mês passado, pedindo ao governo do presidente Barack Obama para listar a Igreja Católica como um "grupo de ódio" por causa de sua oposição ao casamento gay. "O agnosticismo reinante hoje tem seus próprios dogmas e é extremamente intolerante em relação a qualquer coisa que possa questioná-lo e aos critérios que utiliza. Por isso, contrariar a mentalidade prevalecente é particularmente urgente para um bispo hoje. Ele deve ser corajoso", afirmou ele. O papa ordenou os novos arcebispos em uma cerimônia com a presença de primeiro-ministro italiano, Mario Monti, colocando as mãos sobre as cabeças dos quatro homens e os ungindo com o óleo para simbolizar a transmissão da autoridade episcopal. O mais conhecido dos quatro novos arcebispos é o secretário particular do pontífice, monsenhor Georg Ganswein, que tem sido a pessoa mais próxima de Bento 16 desde a sua eleição em 2005, como líder de 1,2 bilhões de católicos romanos no mundo. Ganswein, 56 anos, um alemão como o papa, foi promovido no mês passado ao cargo de prefeito da Casa Pontifícia, uma posição que irá aumentar significativamente sua relevância à medida que o papa fica mais velho e mais frágil. Como prefeito, Ganswein, que já é uma das figuras mais conhecidas e poderosas na corte papal, irá organizar todas as audiências públicas e privadas do papa, assim como a sua agenda. Como ele também deve manter seu emprego como secretário particular do papa, Ganswein terá ainda mais poder para decidir quem tem acesso ao pontífice. Ganswein era o superior imediato de Paolo Gabriele, o ex-mordomo papal que foi condenado por roubar documentos confidenciais e entregá-los para a mídia. O atual secretário foi a pessoa que confrontou Gabriele sobre o desaparecimento dos papéis. Gabriele foi perdoado pelo papa no mês passado depois de ter sido condenado a 18 meses de prisão por roubo agravado.


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