Chuvas retiram mais de 36 mil pessoas de casa na região Sudeste
(do UOL) A temporada de chuvas que atinge o Sudeste já retirou de suas casas mais de 36 mil pessoas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, segundo levantamento feito pelo S8 Notícias junto às defesas civis estaduais. Os Estados do Rio e Minas Gerais registram dez mortes desde o começo da temporada de chuvas, em outubro do ano passado.
Até o momento, 74 municípios decretaram situação de emergência, sendo 66 em Minas Gerais, seis no Rio de Janeiro e dois no Espírito Santo.
Nesta quarta-feira (4), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, afirmou à Agência Brasil que o monitoramento sobre as chuvas está funcionando, mas admitiu que o país ainda não tem um sistema que garanta total proteção à população.
“Para a população que está exposta em área de risco, precisamos de soluções mais estruturantes e que vão demorar mais tempo. Mas já estamos salvando muitas vidas”. Mercadante lembrou que nas chuvas do ano passado em Santa Catarina não houve nenhum acidente fatal relacionado diretamente à chuva.
Minas Gerais
O aumento do nível dos rios e o rompimento de uma adutora causam falta de água em ao menos quatro cidades mineiras. As rodovias estão com registro de desabamentos e interdições. De acordo com o último boletim do órgão, já chega a 66 o número de cidades em situação de emergência --destas, 21 tiveram o decreto oficializado neste ano. Em todo o Estado, 9.864 pessoas estão desalojadas (na casa de parentes e amigos) e 436, desabrigadas (em abrigos públicos). O governo contabiliza mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas chuvas.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), foram confirmadas oito mortes desde outubro do ano passado. Somente nos primeiros dias de 2012 foram seis vítimas. Morreram em um deslizamento na rodoviária de Ouro Preto os taxistas Juliano Alves, 28, e Denílson Maciel de Araújo, 26 – seu corpo foi encontrado hoje (4). Janilson Aparecido de Moraes, 40, morreu no desabamento de prédio em Belo Horizonte. Maria de Lourdes Estevão Rocha, 78, também foi atingida por deslizamento, mas na cidade de Visconde do Rio Branco. Os dois últimos mortos registrados são de Guidoval: João Paulo Coelho, 81, foi surpreendido por uma inundação dentro de casa e morreu afogado, e Genésio Cândido Martins Silva, 42, foi levado pela correnteza durante um temporal na cidade.
Em 2011, morreram o motociclista Amardo Pereira, 43, atingido por um tronco de árvore durante temporal em Reduto, e Poliane Alves de Oliveira, 27, levada pelas águas de um ribeirão em Governador Valadares.
Uma idosa de 74 anos é considerada desaparecida, portanto, o número de mortes pode aumentar. Rita Vieira de Souza foi arrastada pela água do córrego dos Bambus em Santo Antônio do Rio Abaixo.
Espírito Santo
As chuvas já retiraram de suas casas 1.207 pessoas no Espírito Santo. Até o momento, não há registro de mortes.
Já foram afetados 23 municípios do interior do Estado, sendo que os municípios de Ibatiba e Domingos Martins decretaram situação de emergência.
As outras cidades prejudicadas são: Colatina, Itarana, São Roque do Cannaã, Governador Lindemberg, Rio Bananal, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Alegre, Piúma, Linhares, Baixo Guandu, Santa Leopoldina, Laranja da Terra, São José do Calçado, Itaguaçu, Marilândia, João Neiva, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Bom Jesus do Norte e Nova Venécia.
Em Cachoeiro de Itapemirim, duas residências desabaram, sem deixar vítimas. Em uma delas, sete pessoas estavam no local no momento do desabamento, sendo três crianças, três adultos e uma idosa. Todas foram retiradas sem ferimentos.
Em todo o Estado, choveu mais da metade do registrado historicamente para janeiro. Na capital, Vitória, em três dias choveu 66% do total previsto para o mês.
Rio de Janeiro
Segundo balanço divulgado no começo da noite desta quarta-feira sobre as ocorrências nas regiões norte e noroeste do Rio de Janeiro, seis municípios decretaram situação de emergência após as enchentes: Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema. Mais de 24 mil pessoas estão fora de casa nestas regiões.
A cidade de Santo Antônio de Pádua tem 12 mil desalojados e 1.200 desabrigados até o momento. Não há registro de mortes. Segundo a secretária de Assistência Social, Luciana Correia, a cidade ainda não recebeu nenhum tipo de ajuda do governo estadual. Quem quiser ajudar as vítimas na cidade pode ligar para a Secretaria de Defesa Civil pelos telefones (22) 8125-4690 e (22) 8809-9998.
Em Itaperuna, também na região noroeste do Estado, são 5.000 desalojados e 60 desabrigados. Já em Laje de Muriaé, são 2.500 desalojados e 100 desabrigados, além de um morto. O segundo óbito no Estado foi registrado na cidade de Miguel Pereira, no centro sul fluminense.
Em visita a cidade de Laje de Muriaé, o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, anunciou a entrega de macas e aparelho de raios-x ao Hospital Municipal. Muriaé foi a primeira cidade do noroeste do Estado a receber a visita do secretário. Além disso, o governo estadual montou uma base de operações da Defesa Civil estadual na cidade.
Também registram pessoas afetadas as cidades de: Aperibé, com 1.800 desalojados e 60, desabrigados; Italva, com 500 desalojados e 90 desabrigados; Cardoso Moreira, com 447 desalojados e 80 desabrigados; Cambuci, com 310 desalojados e 80 desabrigados; e Campos, com 243 pessoas desalojadas e 113 famílias desabrigadas (não foi informado o total de pessoas desabrigadas).
São Paulo
O Estado de São Paulo tem a situação mais tranquila na região Sudeste. Segundo a Defesa Civil, 16 pessoas estão desabrigadas atualmente.
Em Campinas, homens do Corpo de Bombeiros continuam as buscas pelo garoto Fábio da Silva Martins Júnior, 5. Ele desapareceu depois que sua mãe tentou atravessar um córrego com ele no colo, no domingo (1º).
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