Israel cumpre acordo e liberta 550 prisioneiros palestinos


(do UOL) Israel soltou neste domingo 550 prisioneiros palestinos, completando a segunda fase do acordo que permitiu a libertação do soldado israelense Gilad Shalit, anunciaram fontes palestinas.

O maior contingente de prisioneiros entrou na cidade de Ramallah, Cisjordânia, onde foi recebido por milhares de palestinos que aguardavam em frente à sede da presidência com bandeiras, acrescentaram as fontes.

Jovens palestinos atiraram pedras nas tropas durante a libertação. Os soldados revidaram com bombas de efeito moral e balas de borracha. Ao menos doze pessoas e um soldado ficaram feridos.

Um grupo de 41 presos chegou à Faixa de Gaza, informaram fotógrafos da France Presse.

A Suprema Corte israelense havia levantado o último obstáculo, na sexta-feira, rejeitando os recursos contra essas libertações.

Segundo o acordo acertado com os islamitas palestinos do Hamas, com a mediação do Egito, Israel soltou em 18 de outubro um primeiro grupo de 477 presos palestinos no mesmo dia da libertação de Gilad Shalit, sequestrado durante mais de cinco anos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

O acordo previa a libertação de um segundo grupo de 550 presos palestinos ao longo de dois meses.

PRISIONEIROS

Entre os presos libertados neste domingo está o franco-palestino Salah Hamouri, de 26 anos. O jovem foi detido em março de 2005 e em 2008, um tribunal militar israelense o condenou a sete anos de prisão por planejar o assassinato do rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do partido ultraortodoxo Shass.

Nenhum dos palestinos libertados faz parte do Hamas ou do grupo radical Jihad Islâmica. Nenhum tem "sangue nas mãos", segundo as autoridades israelenses, que querem dizer que não estiveram envolvidos em atentados com mortes.

Cerca de metade dos prisioneiros cumpriam pena de quatro anos ou menos. Um terço deles haviam sido punidos com sentença de menos de dois anos, em geral, por atos como atirar pedras e coquetéis molotov ou por possuir armas.

Um grupo de cerca de 10% da segunda leva de prisioneiros cumpria sentenças de mais de dez anos por terem cometido atentados ou tentativa de atentados a bomba. Entre os libertados, há três jovens de 14 anos.

O porta voz dos prisioneiros, Issa Qaraqe, afirmou que essa libertação não é uma parte séria da troca.

"Muitos dos que estão sendo libertados estavam para sair dentro de meses. Há mulheres que ficaram para trás e prisioneiros que estão lá há muito mais tempo. Se Israel realmente quisesse ter feito um gesto de boa vontade, a lista teria sido completamente diferente", completou.
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