(do G1) O dólar voltou a subir nesta quinta-
feira (28) , no segundo dia consecutivo
de ganhos frente ao real. A moeda
norte -americana terminou o dia
vendida a R$ 1 ,569 , com alta de
0 ,61%.
A divisa seguiu reagindo à Medida
Provisória publicada pelo governo na
véspera, que permite a taxação até o
limite de 25% das operações feitas por
investidores brasileiros e estrangeiros
no Brasil com instrumentos financeiros
chamados de derivativos financeiros ,
para tentar conter a queda do dólar .
Em entrevista concedida depois da
publicação da MP , o ministro da
Fazenda Guido Mantega disse que
será cobrado 1 % de Imposto Sobre
Operações Financeiras ( IOF ) nas
transações financeiras chamadas de
derivativos , usados como apostas das
empresas e bancos , brasileiros e
estrangeiros no mercado futuro - que
pressionam para baixo a cotação do
dólar .
Nesta quinta , em entrevista à Globo
News , o ministro disse que não
descarta elevar ainda mais o IOF
nessas operações .
Na terça- feira, o dólar havia chegado
ao patamar mais baixo em 12 anos , a
R $ 1, 538 .
A moeda tem sofrido com o impasse
sobre a dívida dos Estados Unidos .
Mas, nesta quinta -feira, aproveitou a
cautela dos investidores com a Europa
após leilões de títulos da Itália com os
maiores juros em 11 anos .
"A alta do dólar hoje expressa muito
objetivamente o mercado de moeda lá
fora" , disse Jorge Knauer , diretor de
tesouraria do banco Prosper. " O
mercado está reagindo mais ao
cenário mesmo hoje. Porque , a bem
da verdade, apesar de ter aqui no
Brasil um regulamento novo e uma
dinâmica nova no mercado , a gente
ainda não sabe o tamanho disso ",
completou Knauer .
O que são derivativos?
São instrumentos financeiros que têm
seus preços derivados ( daí o nome)
do preço de outro bem ou ativo. Ex:
o mercado futuro de petróleo
negocia contratos com base no preço
do petróleo à vista.
Para que servem?
Investidores fazem essas operações
com objetivos diferentes: um deles é
para fazer um seguro (hedge ) de
preço. Ex: se eu sou exportador e
tenho medo que o dólar caia e eu
ganhe menos, faço uma operação
para garantir uma cotação mínima no
futuro.
Na quarta- feira, o dólar teve a maior
alta em mais de um ano ( 1, 35%),
saindo das mínimas desde 1999, após
a adoção de um imposto sobre
operações com derivativos.
Em reação à notícia , os estrangeiros
reduziram as posições vendidas
líquidas em contratos futuros e de
cupom cambial. Segundo dados da
BM & F Bovespa, os não- residentes
detinham US $ 21,263 bilhões em
posição vendida em dólar na véspera,
uma redução ante os US$ 22 ,878
bilhões do dia anterior.
A aposta no fortalecimento do real
bateu recorde no começo do mês,
chegando a quase US $ 25 bilhões .
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