CAIRO - O ministério da Saúde do Egito informou que três pessoas morreram e 639 ficaram feridas nos confrontos entre partidários do presidente Hosni Mubarak e manifestantes pró-democracia nesta quarta-feira, 2, na praça Tahrir. O primeiro balanço do órgão dava conta de 403 feridos e, posteriormente, foi ampliado para 611.
De acordo com o ministro Ahmed Farid, a maior parte dos feridos foi atingida por pedras e não havia ferimentos por armas de fogo. Um dos mortos é um soldado que caiu de uma ponte. O confronto desta quarta marcou a primeira vez que partidários do ditador saíram às ruas. Há nove dias, manifestantes pedem a renúncia de Mubarak.
Após o início do toque de recolher, às 19h (horário local), os manifestantes pró-democracia continuaram na praça Tahrir. A TV estatal egípcia pediu que a praça fosse isolada.
Confronto pela manhã
Segundo com a rede de TV Al-Arabya, alguns dos manifestantes favoráveis a Mubarak receberam pagamento de 200 libras egípcias (US$ 34) para participar dos protestos. Os partidários de Mubarak romperam um cerco e derrubaram faixas e entraram em confronto com os manifestantes que estavam na praça. Imagens de televisão mostraram pessoas feridas e sangrando.
Uma testemunha disse à agência Reuters que paus e pedras foram usados nos confrontos. Segundo ela, dez pessoas ficaram feridas. "São esses capangas do partido de Mubarak. Estava na entrada da praça fazendo um bloqueio humano e uma pedra me atingiu", disse.
Ainda de acordo com manifestantes presentes na praça Tahrir, partidários de Mubarak usaram camelos e cavalos nos confrontos. Montados nos animais, eles brandiram chicotes contra os opositores. Depois de observar o confronto por quase duas horas, o Exército interveio, disparando tiros ao ar para dispersar os manifestantes.
Após Mubarak anunciar na noite de terça-feira que não ia disputar a reeleição grupos de manifestantes leais a ele saíram às ruas com facas e porretes. O confronto começou horas depois de um porta-voz do Exército ir à televisão estatal para pedir que os manifestantes deixem as ruas. Durante os enfrentamentos, soldados das Forças Armadas não intervieram.
Fonte: Estadão
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