O astrônomo da Nasa, agência espacial americana, Jack Lissauer, disse que "é o acontecimento mais importante no domínio dos exoplanetas desde a descoberta de 51 Pegasi b, o primeiro detectado em 1995".
O novo sistema planetário "inesperado", segundo os astrônomos, foi encontrado pelo satélite Kepler, da Nasa, ao redor de uma estrela batizada de Kepler-11, situada a 18,92 quatrilhões de km (2 mil anos-luz) da Terra.
- O Kepler-11 nos deu realmente muita informação sobre os planetas e também sobre os sistemas planetários.
Lançado em 2009 pela Nasa, o telescópio espacial Kepler tinha como missão procurar planetas irmãos da Terra com chance de sustentar vida, ao observar mais de 100 mil estrelas parecidas com o Sol.
Cinco dos planetas que acabam de ser descobertos estão muito próximos a sua estrela e percorrem sua órbita completa em 10 a 47 dias. Muito quentes, estão longe de oferecer condições propícias à vida, como na Terra.
Esses exoplanetas estão agrupados em uma região que, no sistema solar, ficaria localizada no interior da órbita de Mercúrio. O sexto planeta, mais longe da estrela, percorre a sua órbita em 118 dias.
Muito compacto, esse sistema planetário parece um disco "mais chato do que o nosso sistema", disse Lissauer. A disposição dos astros pode embasar a teoria segundo a qual os planetas são formados dentro de discos de gás e poeira que giram em torno de uma estrela.
Daniel Fabrycky, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, outro importante autor do estudo, explica que agora os cientistas têm "mais um bom exemplo".
Os astrônomos puderam "ver" esses exoplanetas passarem em frente (transitar, no jargão científico) à sua estrela, ou mais exatamente, constataram uma diminuição de luminosidade da estrela após a passagem de cada um dos astros, segundo o método conhecido como "transits".
Nos mais de 500 exoplanetas descobertos até hoje, uma centena foi localizada pelo método transits. Mas nenhuma das estrelas observadas anteriormente, a partir da Terra ou de sua periferia, tinha mais de 3 planetas "visíveis".
A queda temporária de luminosidade da estrela permite calcular o raio do planeta e o intervalo entre duas translações e, assim, a duração de uma órbita.
Múltiplos planetas transitando em frente à mesma estrela revelam ainda mais", acrescentaram Jack Lissaeur, Daniele Fabrycky e sua equipe, já que as interações gravitacionais entre os planetas oferecem dados sobre suas massas e a forma de suas órbitas. Esses dados permitiram "ao mesmo tempo confirmar sua existência e pesar cada um dos cinco exoplanetas" mais próximos da estrela, resumiu Lissaeur. A massa deles é de 2,3 a 13,5 vezes maior que a de nosso planeta, e os diâmetros são ao menos o dobro, até o quádruplo, do da Terra.
"Os maiores são potencialmente como Netuno e Urano", disse Jonathan Fortney (Universidade da Califórnia). Os dois planetas mais próximos da Kepler-11 seriam "em sua maioria, compostos de água, com uma fina película de hidrogênio e hélio acima, como mini Netunos", precisou, sem excluir a presença de rochas.
Os outros planetas, em parte gasosos, possuem densidades inferiores à da água.
Fonte: R7

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