Atirador de Seattle era popular e gostava de caçar; além dele, uma pessoa morreu

Jaylen Ray Fryberg abriu fogo contra colegas da escola Marysville-Pilchuck High School, em Seattle, nesta sexta-feira


Jaylen Ray Fryberg: mensagens nas redes sociais revelam jovem confuso e de coração partido
Facebook/Reprodução
A polícia identificou, no final da tarde desta sexta-feira (24), o estudante que abriu fogo horas antes em uma escola na região Noroeste dos EUA, deixando um morto e vários feridos. O nome dele é Jaylen Ray Fryberg, calouro da instituição estadual Marysville-Pilchuck High School, localizada em Seattle, capital do Estado de Washington.

No total, o jovem atirou em cinco pessoas, deixando uma delas morta e ferindo gravemente outras três. A idade de Fryberg, que se suicidou após o ataque, ainda não foi divulgada.

Diferente de outros casos semelhantes, Fryberg não era um jovem isolado e sem amigos. Longe disso, era um garoto extrovertido e popular, com bons relacionamentos, segundo pessoas próximas a ele. No entanto, nos últimos meses seu comportamento começou a se alterar, conforme deixam claras as últimas mensagens postadas pelo jovem no Twitter.
Jaylen com a garota com quem teria namorado em foto postada por ele em junho deste anoFacebook/Reprodução
Até junho, sua página na rede social era repleta de mensagens de amor a uma garota com quem teria namorado. Fotos dos dois lado a lado em clima de romance compõem algumas das poucas imagens que Fryberg mantinha no Facebook.

Subitamente, no entanto, seus textos se tornaram raivosos. No dia 20 daquele mês, o jovem escreveu: "Que porra acabei de fazer? Merda! Posso morrer agora". O padrão foi se repetindo ao longo dos meses.

No final de setembro passado, disse em algumas ocasiões estar "cansado de tudo isso". Na terça-feira (21), três dias antes de abrir fogo contra os amigos, ele escreveu: "Eu deveria ter te ouvido. Você estava certo(a) o tempo todo. Se eu ao menos pudesse me deitar", postou, com emoticons de semblante de choro e sofrimento ao lado. Na véspera do tiroteio, divulgou sua última mensagem: "Isso não vai durar... Isso nunca vai durar".

Fryberg era membro de uma tribo chamada Tulalip e sua família era envolvida em política de nativos-americanos no Estado, uma das duas unidades federativas norte-americanas onde o consumo recreacional da maconha foi legalizado recentemente. Entre os hobbies do jovem estava a caça, o que lhe facilitava o acesso a armas de fogo, como as usadas no ataque.

Mais um Columbine
O caso ocorreu extamente 15 anos e seis meses após aquele que ficou conhecido como o Massacre de Columbine, quando os estudantes Eric Harris, 18 anos, e Dylan Klebold, 17, assassinaram 13 pessoas a sangue frio antes de se suicidarem.

Os tiros desta sexta-feira foram disparados perto refeitório da escola, o que teria dado aos alunos a chance de se trancarem em salas de aula, de acordo com um professor ao site KIRO. Isso teria evitado um maior número de vítimas.

No momento do crime, Ayn Dietrich, porta-voz do FBI em Seattle, disse que a agência estava enviando uma equipe para o local a fim de ajudar as autoridades na investigação.

Quatro dos feridos foram levados de ambulância para a Providence Regional Medical Center, em Everett, incluindo um com ferimento na cabeça. Segundo porta-voz da Harborview Medical Center, uma vítima estava sendo encaminhada para lá.

Mais de uma hora após o tiroteio, os oficiais da polícia ainda encontraram estudantes e funcionários que se esconderam sozinhos ou em pequenos grupos na instituição. Alguns alunos foram tirados da escola e encaminhados para fora com as mãos para cima. Outros, orientados a permanecerem dentro das salas de aula.

"Estava em minha sala quando alguém acionou o alarme de incêndio e nós pensamos que era uma simulação. Então corremos para fora, mas nos disseram para voltar para uma sala de aula", relatou a estudante Cindy Rodriguez. "Estamos com medo."

O professor Keri Austin disse que o diretor "veio pelo alto-falante duas ou três vezes apenas nos dizendo que havia um tiroteio e para ficarmos trancados." "Faz cerca de 25 minutos que ouvimos isso", disse Austin pouco após o tiroteio.

O Distrito Escolar de Marysville disse por meio de comunicado que "Marysville Pilchuck High School foi bloqueada devido a uma situação de emergência. A polícia e serviços de emergência responderam aos pedidos de socorro. Vamos continuar divulgando informações em cooperação com as autoridades policiais".

Pai de dois estudantes da escola, Jerry Holston ​​estava em Stanwood no momento dos disparos e seguiu direto ao local. "Meu coração foi parar no estômago. Como pai, este tem sido o maior maior medo desde que meus filhos foram à escola, que algo assim pudesse acontecer", desabafou ele.

O mais recente tiroteio em escolas da região havia ocorrido em Seattle Pacific University, onde um atirador matou um estudante e feriu outros dois no dia 5 de junho.

*Com AP, Reuters e CNN

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