O estudante avalia que as aprovações refletem uma combinação quase perfeita: apoio financeiro e muito estudo. E foi muito estudo mesmo. Em alguns meses ele chegou a adotar uma rotina pesada de aulas, que em alguns momentos chegou a quase 18 horas diárias. "Era pouco tempo. O jeito era aproveitar todos os momentos para aprender", resume.
A possibilidade de estudar no exterior é o resultado de uma trajetória que começou em 2011, quando Ramon se destacou durante a Olímpiadas Nacional de Química. Na época, o jovem morava com a mãe Ivete dos Santos, em Belém. "A minha escola infelizmente não tinha a estrutura necessária, como laboratórios. Após pedir ajuda ao coordenador da Olímpiada, conquistei uma bolsa de estudos no Sistema Ari de Sá (SAS), em Fortaleza (CE)", recorda. A mudança de vida foi radical. Ele passou a morar num pensionato junto com outros 35 estudantes de diversas partes do País e adotou uma carga horária de aula pesada. "Precisava recuperar o conteúdo para ficar no mesmo nível dos colegas. Foi difícil", reconhece.
Mas o sacrifício teve retorno e o resultado veio rapidamente. Na etapa eliminatória das Olímpiadas Nacional, em agosto de 2011, ele ficou entre os 40 melhores estudantes do País. Cinco meses depois, o jovem estava entre os 15 melhores. Após imersões e muito estudo, terminou em 4º lugar o Campeonato Nacional, em 2012, o que lhe rendeu vaga em competições internacionais. Fora do País, Ramon conquistou uma medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Química, nos Estados Unidos, e uma de prata na versão ibero-americana da competição, que ocorreu na Argentina.
E para provar que os investimentos em educação podem gerar resultados importantes, Ramon está concluindo um projeto diferenciado na área química.
O estudo prevê a substituição do petróleo por derivado da cana-de-açúcar no processo de criação de propano, que é o principal ingrediente de plásticos como o polietileno e o polipropileno. O objetivo é reduzir o consumo de petróleo e amenizar o impacto ao meio ambiente.
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