SP: Polícia Militar libera uso de vinagre em manifestações

Segundo Secretaria de Segurança Pública, nenhum manifestante será detido se portar vinagre nos protestos

Secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, anunciou convite ao Movimento Passe Livre, nesta segunda-feira Foto: Fernando Borges / Terra
Secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, anunciou convite ao Movimento Passe Livre, nesta segunda-feira
Foto: Fernando Borges / Terra
O secretário de segurança de São Paulo, Fernando Grella, e Benedito Roberto Meira, comandante geral da Polícia Militar disseram, na tarde deste domingo, que os manifestantes que estiverem portando vinagre não serão detidos pela PM. Normalmente, o vinagre é usado pelos manifestantes, e também pelos jornalistas que participam da cobertura, para diminuir a sensação de ardor nos olhos e na garganta provocado pelas bombas de gás lacrimogêneo.

Eles ainda informaram que pretendem fazer uma reunião, nesta segunda, 10h, com representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que é um dos organizadores dos protestos contra o aumento da passagem do transporte público em São Paulo. Segundo Grella, os contatos com membros do MPL serão feitos por telefone.

De acordo com o secretário, um dos objetivos deste encontro é definir um trajeto para a manifestação. A partir daí, a PM irá orientar a população para evitar o trajeto adotado pelos manifestantes, desviar o trânsito e bloquear ruas e avenidas.

"Eles (Movimento Passe Livre) não querem que se repitam os fatos da quinta-feira passada, acreditamos que chegaremos a um acordo e que não haverá a necessidade de usar o Choque (Tropa de Choque)", afirmou o secretário.

Grella não descartou que pontos importantes de São Paulo, como a avenida Paulista ou a marginal Pinheiros, sejam interditados por conta da manifestação, mas afirmou que o governo "fará suas ponderações" ao movimento, para tentar diminuir o impacto no tráfego pela cidade. "O objetivo desse encontro é reduzir o incômodo ao cidadão."

O outro objetivo do encontro, segundo o secretário, é "garantir a manifestação pacífica, sem nenhum conflito". Questionado sobre ações a serem adotadas caso os manifestantes não cumpram o acordo firmado, Grella respondeu apenas acreditar que não haverá desentendimentos.

Segundo Mayara Vivian, intergrante do Movimento Passe Livre, o movimento comparecerá à reunião, mas entende que "a decisão do trajeto do protesto cabe ao povo que vai às ruas, não à Polícia Militar e à Secretaria de Segurança Pública".

Segundo membros do MPL, o movimento não possui líderes e as decisões são tomadas em reunião. Até as 17h50, o Movimento Passe Livre não havia se pronunciado oficialmente sobre o convite. Em nota, o grupo convocou uma coletiva de imprensa para esta segunda-feira, às 9h.

PM nega relatório sobre participação de partidos políticos
O comandante da PM negou que a polícia tenha homens infiltrados entre os manifestantes, e que um relatório da inteligência da corporação tenha sido elaborado. 

Segundo reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo deste domingo, o serviço secreto da Polícia Militar afirma em relatórios sobre as manifestações que os grupos mais violentos não agem de maneira espontânea.

A publicação diz ainda que os documentos apontam que punks que partem para o quebra-quebra são arregimentados por militantes do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) com o objetivo de desgastar o PT, do prefeito Fernando Haddad, e o PSDB, do governador Geraldo Alckmin.

Segundo Meira, não há nenhum relatório deste tipo, e a informação não procede. "A polícia não faz mapeamento de nenhum grupo nas manifestações", disse.

Fotógrafos protestam
Durante a coletiva, fotógrafos entregaram ao secretário de Segurança uma carta, assinada pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (ARFOC-SP) em protesto à ação violenta da polícia na quinta-feira com profissionais da imprensa, em que pedem a apuração de possíveis excessos cometidos.
Categorias: , ,

0 comentários