Reino Unido: homem que admitiu morte de até 400 não pode ser expulso

John Thuo vive no Reino Unido desde 2003 Foto: Reprodução
John Thuo vive no Reino Unido desde 2003
Foto: Reprodução

John Thuo, 27 anos, que vive em asilo no Reino Unido desde 2003, admitiu, em um tribunal, ter matado até 400 pessoas. Ex-membro do Mungiki, no Quênia, um grupo criminoso famoso por atrocidades no continente africano, o homem foi levado a julgamento, mas não pode ser expulso do país por ter leis para imigrantes que o protegem, segundo informações divulgadas pelo jornal inglês The Mirror.

Segundo a publicação, Thuo trabalhou durante sete anos no grupo e admitiu à Justiça da Grã-Bretanha que matou entre 100 e 400 pessoas, além de ter praticado mutilação genital feminina. Apesar de várias tentativas de expulsá-lo, Thuo permanece no país alegando que é contra seus direitos humanos a extradição, já que ele será morto pela gangue assim que retornar. O jornal afirma que a polícia britânica não está monitorando o rapaz, nem investigando seus crimes.

Thuo afirmou à reportagem que matou muita gente, mas que não gosta de falar de seu passado por se sentir culpado por tudo o que fez. O homem vive em um alojamento fornecido pelo Serviço Nacional de Apoio ao Asilo e recebe uma espécie de pensão de 160 libras mensais em dinheiro. Os vizinhos do homem afirmam que ele bebe muita vodka e fica bêbado e agressivo com frequência.

Contudo, os vizinhos de Thuo desconheciam seu passado e afirmam que agora estão amedrontados, principalmente porque muitas crianças vivem na região. Segundo o jornal, John Thuo era um membro sênior do Mungiki, grupo no qual ele entrou com apenas 10 anos. Em 2000, ele teria sido promovido a líder. Ele admitiu que sua gangue incendiava casas,  realizava circuncisão feminina e intimidação pública.

Em um dos casos admitidos por Thuo, ele contou que em 2002 participou de um ataque a aldeões para se vingar pela morte de dois membros do Mungiki. Ele disse que matou os dois homens com um facão. Em outro caso, ele matou dois policiais após membros de sua gangue serem presos. Ele disse que assassinou um deles com um facão e o outro com uma “grande pedra”.

Os Mungikis foram proibidos no Quênia em 2002 após a população do país se revoltar com seus crimes, principalmente por eles matarem e esquartejarem as vítimas. Acredita-se que os membros do grupo estejam envolvidos em roubos, assassinatos e sequestros. Há relatos no país que algumas pessoas do grupo bebiam o sangue das vítimas assassinadas. O grupo surgiu no Quênia em 1980 e inicialmente eram envolvidos em um movimento de protestos pacíficos. Contudo, o grupo se tornou uma das organizações criminosas mais temidas da África.

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