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Cardeais brasileiros comentam Conclave e escolha de Bergoglio para Papa
Cardeais brasileiros comentam Conclave e escolha de Bergoglio para Papa
Dom Damasceno, Dom Geraldo e Dom Odilo falam sobre quem é Francisco, as polêmicas da Igreja e os supostos "favoritismos"
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| O papa Francisco faz seu primeiro pronunciamento para milhares de pessoas na Praça São Pedro após ser escolhido o novo líder da Igreja CatólicaFoto: AFP |
O anúncio de Jorge Mario Bergoglio surpreendeu à imensa maioria dos especuladores e observadores que acompanhavam o Conclave que definiu o sucessor do papa Bento XVI. O arcebispo de Buenos Aires chegou a constar nas primeiras e mais amplas listas de possíveis sucessores, não figurava entre as últimas apostas.
Após o término desse Conclave - realizado, para muitos, em tempos de "crise da Igreja -, os cardeais deixaram a reclusão da Casa Santa Marta onde ficaram refugiados de influência externa. Três dos cinco eleitores e representantes brasileiros no Vaticano comentaram suas impressões destes dias de alta expecattiva e do papa Francisco.
Dom Raymundo Damasceno, que também é presidente da Confederação Nacional dos Bispos e com grande trânsito na América Latina, confirma o perfil de simplicidade do argentino. “Bergoglio se caracteriza por uma vida muito discreta, muito modesta, sem desejo de nenhum protagonismo na Igreja nem na sociedade."
Os cardeais não são autorizados a dar os números das votações, mas Dom Damasceno concedeu que o colega foi eleito "com a grande maioria dos cardeais, de modo que foi praticamente um consenso.” Francisco foi eleito a quinta votação, no segundo dia de Conclave - prazo considerado curto.
Questionado sobre as polêmicas que permeiam a Igreja Católica contemporânea, o cardeal Dom Geraldo Majella disse que temas como pedofilia nunca foram menosprezados pelo Vaticano, mas defende que são questões que afetam a sociedade como um todo. “Não é só a Igreja que tem essa dificuldade. A dificuldade de pedofilia, de homossexualismo, isto atinge todas as camadas da humanidade", comenteou Dom Geraldo.
Dom Odilo Scherer era tido pelos especuladores externos como um dos grandes nomes cotados para assumir o Pontificado, mas conta que pedia calma às pessoas que insistiam neste suposto favoritismo. “Às pessoas que ao redor acenassem para isso eu sempre procurei dizer para que procurassem manter a calma. Que não é na base da torcida que isso vai acontecer, que Deus tem os seus caminhos, portanto que devemos estar bem abertos para perceber por onde o Espírito Santo estaria conduzindo as decisões", disse o cardeal.
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