Prefeito de Santos: carro alegórico que matou 4 estava em lugar indevido
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De acordo com Paulo Alexandre Barbosa, não existia fiação que pudesse provocar acidenteFoto: Vagner Magalhães / Terra |
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), afirmou nesta terça-feira que o carro alegórico da escola de samba santista Sangue Jovem - que se chocou contra a rede elétrica e provocou a morte de quatro pessoas e deixou outras cinco feridas (Julio de Carvalho Oliveira, Genilson dos Santos, Solange Aparecida, Marcílio Robson da Silva e Fabrício César Silva) -, estava em um local inadequado no momento do acidente. O carro já estava na zona de dispersão quando saiu do centro da pista e bateu contra a rede aérea na lateral da pista. Estima-se que as vítimas tenham recebido uma descarga elétrica de 13,8 mil volts.
"Precisamos apurar os fatos que levaram a este acidente. Depois da apuração, todas as providências serão tomadas. O que se sabe até agora é que foi a descarga elétrica que provocou a morte dessas pessoas, praticamente em caráter imediato", disse ele.
O prefeito disse que naquele momento, o carro deveria estar no centro da pista. "O carro não estava onde deveria estar e foi em direção à calçada. (No centro da pista) Não existia fiação que pudesse provocar acidente", disse.
Barbosa diz que neste momento, qualquer tipo de afirmação sobre as causas do acidente são irresponsáveis. "O carro foi desgovernado, atingindo a fiação, na lateral da avenida. Cinco escolas passaram por lá no sábado e outras cinco no domingo. A Sangue Jovem foi a 12ª escola a passar pelo local", afirmou.
De acordo com ele, foram retirados 34 braços de iluminação da avenida para que o desfile pudesse ser realizado. Barbosa afirmou que o local foi vistoriado e liberado pelo Corpo de Bombeiros para que a festa fosse realizada.
Segundo a Prefeitura, o socorro às vítimas foi rápido e a estrutura para o Carnaval era adequada para o público que se encontrava no local, cerca de 12 mil pessoas. "Havia 85 seguranças na avenida, 50 guardas municipais, seis ambulâncias, três médicos e 60 profissionais de maca, além de uma brigada com mais de 50 pessoas. Havia mais de 1 mil pessoas envolvidas na organização da festa. O prefeito disse que vai entrar em contato com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), para agilizar no que for possível a investigação policial.
"A cidade está de luto. Estamos prestando apoio às famílias, assistentes sociais e psicólogos. É um momento de tragédia e tristeza para a cidade, de comoção para todos os santistas. Decretamos luto oficial de três dias, cancelando toda a programação de Carnaval. Todos os eventos estão suspensos hoje", disse ele.
O presidente da Liga das Escolas de Samba de Santos, Heldir Lopes Penha, o Aldinho, diz que não existe punição maior para a escola do que a perda de quatro vidas. "A maior punição são as vidas que foram perdidas. Vamos esperar as apurações para ver que medidas tomar", disse.
Os corpos das vítimas do acidente deverão ser liberados pelo Instituto Médico Legal na tarde desta terça-feira. Mirella Diniz Garcia, 19 anos, será velada no salão de mármore da Vila Belmiro, Wictor Ferreira, 29 anos, será velado na Santa Casa e Lubenildo da Silva Militão, de 25 anos, e Leandro Monteiro, de 27, serão velados no cemitério municipal de São Vicente.
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