Inadimplência dispara e atinge 11,8% em janeiro, diz CNDL

Em janeiro deste ano a inadimplência no comércio disparou e superou em 11,8% a quantidade de endividados registrada em janeiro do ano passado, segundo informou nesta quinta-feira a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com dados da confederação, o resultado para o primeiro mês deste ano é consequência das medidas de estímulo ao consumo e crédito adotadas em 2012. A CNDL, no entanto, mudou a metodologia de cálculo de consumidores endividados, de forma que não é possível comparar com o dado de janeiro do ano passado. A política fiscal expansionista, o afrouxamento monetário e a falta de planejamento também foram citadas pela economista da entidade, Ana Paula Barros, como fatores que incentivaram o aumento no número de endividados no começo de 2013. "O elevado nível de emprego e os ganhos salariais acima da inflação permitiram ao consumidor facilidades na concessão de crédito, mas aqueles que têm menor controle sobre o próprio orçamento acabam não conseguindo honrar seus débitos", disse a economista. O uso do 13º salário recebido em dezembro para quitar as dívidas permitiu à maioria dos consumidores "limpar" o nome junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e aumentar o poder de compra. Em janeiro, 5,92% dos endividados regularizaram seus débitos com o comércio. "Os consumidores querem voltar ao mercado de consumo e aproveitam os juros baixos para renegociar dívidas e voltar ao mercado de crédito e consumo", afirmou. Apesar de janeiro ser um mês tipicamente de baixo movimento no comércio, o primeiro mês de 2013 registrou aumento de 3,88% nas vendas a prazo, em relação ao mesmo período de 2012. No entanto, houve uma queda de 24,5% nas vendas na comparação com dezembro de 2012, em que há tradicional aumento do movimento no varejo por conta das vendas de Natal. Apesar de prever que o ano de 2013 vai apresentar um crescimento "satisfatório" no volume de vendas e movimentação do comércio, a preocupação da CNDL é que a inflação não caia ao longo deste ano. Caso o ritmo de aumento dos preços não apresente a redução desejada no decorrer dos próximos meses, o poder de compra dos consumidores pode ser comprometido.
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