Após queda de meteorito na Terra, asteroide passará raspando hoje

Asteroide passará perto da Terra, porém sem oferecer perigo Foto: NASA / Reprodução
Asteroide passará perto da Terra, porém sem oferecer perigo
Foto: NASA / Reprodução
Em 1908, a queda de um asteroide de 40 metros de diâmetro em Tugunska, na Sibéria, destruiu uma floresta de 2 mil quilômetros quadrados. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem 1,5 mil quilômetros quadrados. Nesta sexta-feira, 15 de fevereiro, um meteorito caiu na Rússia e deixou, segundo dados ainda preliminares, pelo menos 500 feridos. E ainda hoje, um asteroide ainda maior do que o "siberiano", passará raspando (por definição cosmológica) pela Terra, imiscuindo-se entre satélites comerciais e delineando cenário digno de filmes de Hollywood. Neste caso, não será necessário chamar Bruce Willis e sua trupe de mineradores, como em Armageddon. Mas, no futuro, é possível que alguns asteroides precisem de uma ajudinha para desviar do nosso planeta. Apesar de existirem diversos planos diferentes para o caso de um asteroide entrar em rota de colisão com a Terra, não há definição nem garantia de que essas medidas funcionariam ​Segundo estimativas da Nasa, há 500 mil asteroides desse tamanho “próximos da Terra”. Desses, apenas 1% foram descobertos. "Não é ficção científica", diz Ulisses Capozzoli, editor da Scientific American e doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP). "Esse asteroide serve para acender o sinal amarelo - quase laranja", adverte. Por outro lado, o astrônomo Naelton Mendes de Araújo, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, trata de tranquilizar aqueles que já estão de olhos arregalados e refazendo os planos para o futuro: "Grandes asteroides podem ser vistos de muito longe, e podemos prever sua trajetória com muita antecedência. Por isso, não há motivo para preocupação. Nenhum corpo celeste (asteroide ou cometa, de grandes proporções - o meteorito que caiu na Rússia ainda não foi medido, mas seria um corpo menor) foi identificado em rota de colisão com a Terra até hoje".

2012 DA14
O visitante deste dia 15 de fevereiro se chama 2012 DA14. Esse NEO (near-Earth Object, em inglês, ou seja, objeto próximo da Terra) possui 45 metros de diâmetro. Trata-se da primeira vez que um bólido desse tamanho em trajetória tão próxima do nosso planeta é previsto pelos radares. Às 17h24 (horário de Brasília), ele vai chegar mais perto da Terra (a 27,7 mil quilômetros) do que muitos satélites comerciais. Sabe-se que ele não vai atingir o nosso planeta, mas há chance de que ele colida com algum satélite. Se um asteroide com essa dimensão colidisse com o planeta, liberaria 2,5 megatons de energia e provocaria uma devastação regional, de acordo com a Nasa. Conforme a agência espacial americana, asteroides desse tamanho passam assim tão perto da Terra a cada 40 anos e, em média, um deve atingir o planeta a cada 1,2 mil anos. O nome, 2012 DA14, revela que esse asteroide foi descoberto no ano passado. Uma equipe do La Sagra Sky Survey, no Observatório Astronômico de Mallorca, na Espanha, identificou o bólido no dia 23 de fevereiro de 2012. A observação foi repassada ao Minor Planet Center, onde registros de todos os observatórios são guardados. Além do DA14, outros corpos passarão perto do Planeta este ano.

Soluções
Se o registro do asteroide contivesse a perspectiva de uma colisão com a Terra, o problema seria grande. E o tempo para resolvê-lo, curto. Em menos de um ano, as agências espaciais teriam de alinhavar uma solução para desviar ou destruir o objeto, a fim de que ele não provocasse danos à Terra. "No momento, não há uma solução definitiva", afirma Capozzoli. "Os governos têm a obrigação de levantar essa questão, que talvez tivesse de ser levada até a ONU". Apesar de existirem diversos planos diferentes para o caso de um asteroide entrar em rota de colisão com a Terra, não há definição nem garantia de que essas medidas funcionariam para impedir o temido contato. ​Filmes como Armageddon apresentaram a ideia de que a destruição do asteroide com uma bomba nuclear pudesse se constituir de ideia razoável. O problema, nessa abordagem, é que o asteroide seria fragmentado e resultaria milhares de detritos que poderiam atingir a Terra. De acordo com Araújo, o caminho mais adequado seria desviar o asteroide. "Se identificamos um corpo celeste com antecedência, basta uma mudança pequena na sua velocidade e direção para que não atinja a Terra", garante. "Não seria necessário destruir o asteroide. Bastaria levar pequenos foguetes à superfície do corpo. Uma vez ancorados os motores à superfície, poderíamos fazer pequenas correções na órbita". Segundo ele, essa tecnologia já é possível.

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