TST determina que setor aéreo trabalhe, e paralisação é cancelada
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) expediu no início da tarde desta quinta-feira uma liminar determinando que 90% dos empregados do setor aéreo deveriam continuar trabalhando caso uma greve fosse iniciada, além de pagamento de multa. Aeronautas e aeroviários decidiriam nesta quinta-feira se fariam uma paralisação de advertência.
Com a liminar do TST, a categoria decidiu cancelar a paralisação, que tinha o objetivo de pressionar as empresas do setor aéreo por melhores salários e condições de trabalho. Após assembleias dos sindicatos dos aeroviários e aeronautas em todo o País, aeronautas votaram pela manutenção do estado de greve.
Aeronautas e aeroviários rejeitaram as últimas propostas das empresas aéreas feitas em reunião na tarde de ontem para discutir o reajuste salarial da categoria e buscam agora novas formas de negociação. Após assembleia no Rio, trabalhadores e lideranças sindicais organizaram protestos no Aeroporto Santos Dumont, no centro da capital fluminense.
"Nós demos uma recuada estratégica e vamos nos organizar para fazer um enfrentamento às empresas, ao TST e ao governo. Essa proposta não dá para aceitar de jeito nenhum. Agora o comando de greve vai se reunir para decidir os próximos passos", disse Selma Balbino, presidenta do Sindicato Nacional dos Aeroviários.
Em nota, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Gelson Fochesato, afirmou que "a greve só foi suspensa devido ao avanço das empresas e em respeito aos cidadãos". O sindicato informou que os aeronautas "lutam para que as empresas comprometam-se a cumprir a regulamentação profissional, querem novos pisos e reclamam da sobrecarga de trabalho, do assédio moral e da fadiga, que ampliam os riscos de acidentes aéreos".
De acordo com o sindicato, os empregados pretendem firmar com as empresas aéreas uma negociação que ofereça um ganho real (acima da inflação) para os trabalhadores. O sindicato alega que as companhias estão oferecendo índices escalonados iguais ou menores que a inflação, conforme a faixa salarial, e, devido a isso, as negociações chegaram a um impasse que poderia desencadear uma greve.
Segundo a diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, foi aprovada em assembleia uma proposta de 7% de reajuste em todos os itens econômicos, e no piso salarial um reajuste de 10%. "A nossa pretensão é levar essa proposta para o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) e renegociar. Uma próxima greve não está descartada. O comando de greve vai decidir quando nós iremos fazer uma nova paralisação".
Em relação aos problemas que surgiriam com uma greve no final do ano, época de grande movimento nos aeroportos, Graziella disse que a "questão de atraso e cancelamento vai acontecer independentemente de qualquer decisão dos trabalhadores. Nós já estávamos voando com os aviões superlotados, estamos em véspera de festas e, efetivamente, foram retiradas do mercado aproximadamente 24 aeronaves com o fechamento da Webjet".
Na última quinta-feira (5) os trabalhadores rejeitaram proposta de reajuste salarial que contempla os 6% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período e determinaram estado de greve durante assembleias feitas pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários em todo o país. A decisão foi anunciada pela presidenta da entidade, Selma Balbino, durante rodada de negociações na sede do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
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