Travesti é preso por matar namorado e incendiar favela em SP

De acordo com a polícia, o incêndio começou após uma briga . Foto: Adriano Lima /Terra
De acordo com a polícia, o incêndio começou após uma briga Foto: Adriano Lima /Terra
(do Terra) Policiais do 77º DP, de Santa Cecília, prenderam nesta segunda-feira o suspeito de ter incendiado a favela do Moinho na manhã de hoje, no centro da capital paulista. Segundo a polícia, o travesti Fidelis Melo de Jesus, 37 anos e conhecido como Eliete, teve um desentendimento com seu namorado, Damião de Melo, 38 anos, no início da manhã. Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, resposável pelo caso, os dois homens brigavam por problemas com drogas quando Eliete teria ateado fogo em uma camiseta com um isqueiro. "Ele (Eliete) negou a principio que tenha colocado fogo no barraco, mas quando indaguei por que não tinha lesão nenhuma, ele não soube explicar". Com a ajuda de um botijão de gás, Eliete conseguiu fazer com que o fogo atingisse seu companheiro. Neste momento, moradores ouviram gritos e foram até o o barraco, que estava trancado pelo lado de dentro, para ver o que estava acontecendo. "Uma das testemunhas mora na frente do barraco e ouviu o grito do Damião falando que estava pegando fogo. Os moradores então arrombaram a porta e o Fidelis, conhecido como Eliete, fugiu e entrou na viatura do Samu para se esquivar e não ser linchado", disse a delegada. Os médicos, sem saber de quem se tratava, levou o acusado para o Pronto Socorro (PS) da Barra Funda. Já Damião morreu carbonizado. "Na hora que derrubou o barraco as chamas se alastraram, até porque existe muita fiação precária naquele local", afirmou Aline. A vítima não conseguiu sair do barraco. Damião já tinha duas passagens pela polícia por roubo e duas por furto e havia saído da cadeia a pouco tempo. Após ser reconhecido, Eliete foi preso em flagrante pela polícia no próprio PS. De acordo com a delegada, ele vai responder por homicídio qualificado e incêndio doloso, quando se tem intenção. "As testemunhas ouviram e comentaram que (eles) brigavam sempre com socos e tapas, ofensas, mas ele (Eliete) disse que estava dormindo. Ele imputou (culpou) a vítima, mas não foi o que aconteceu. Quando comecei a ouví-los (as testemunhas) entendemos que se tratava de um homicídio." Foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas e, após o controle dos focos de incêndio, foi iniciado o trabalho de rescaldo. A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As chamas destruíram 80 moradias e deixaram 300 pessoas desabrigadas em uma área de 2 mil m², segundo a Defesa Civil da cidade. Em dezembro de 2011, a mesma favela foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que deixou uma pessoa morta. "Tanto esse incêndio (de hoje) como o anterior, em dezembro, os autores são usuários de droga, mas não existe nexo entre os dois incêndios. Temos uma suspeita no incêndio passado e a mulher já está sendo procurada", disse o delegado titular da delegacia, Marcos Casseb. Este é o 34º incêndio de grandes proporções registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano, o 68º contabilizado pelos bombeiros. Em 2008, o Corpo de Bombeiros registrou 130 ocorrências e, em 2009, 122. Já no ano de 2010, 91 incêndios foram combatidos, enquanto, em 2011, houve 79 casos registrados.
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