Fora da Olimpíada, gêmeas do nado chegam a Londres e criticam critério

Bia e Branca Feres estão em Londres para divulgar produtos de uma marca alemã. Foto: Emanuel Colombari/Terra
Bia e Branca Feres estão em Londres para divulgar produtos de uma marca alemãFoto: Emanuel Colombari/Terra

(do Terra)Bia e Branca Feres, as gêmeas brasileiras do nado sincronizado, não disputarão a Olimpíada de 2012, em Londres. Mesmo assim, desembarcaram neste sábado na capital inglesa, onde trabalharão na divulgação de produtos e atletas de uma fabricante alemã de material esportivo. No Aeroporto de Heathrow, as duas chegaram sem muito alarde, mas criticando os critérios da classificação olímpica e assegurando: ainda pensam em disputar a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Ex-integrantes do time que disputa a modalidade por equipes, e que ficou fora da Olimpíada de 2012, as duas viram a classificação de somente oito equipes, tendo uma de cada continente e ainda a anfitriã, como injusta. Segundo elas, seria necessário haver mais vagas, de forma a contemplar outros países que acabam ficando fora em detrimento de outros continentes. "O que acaba acontecendo é que a Olimpíada é a competição mais fraca do nado sincronizado. Toda final de nado sincronizado tem 12 países; na Olimpíada tem oito, e não são os oito melhores. Tem que ir um de cada continente. A Austrália não é forte no nado, o Egito vai representando a África. Vários países bons ficam fora. Não é justo", desabafou Branca. A competição por equipes do nado sincronizado na Olimpíada de 2008 terá Austrália, Canadá, China, Reino Unido, Egito, Japão, Rússia e Espanha, sem times fortes como Estados Unidos. Da lista, Egito, Canadá, China, Reino Unido (com vaga automática, como anfitriãs) e Austrália levaram as vagas continentais, enquanto russas, japonesas e espanholas passaram via Pré-Olímpico. Afastadas da Seleção Brasileira, as irmãs buscam se manter em nível competitivo diante do regulamento controverso e descartam brigar pela vaga no duelo com Lara Teixeira e Nayara Figueira. "A gente nunca parou de nadar. A gente ganhou o US Open há 20 dias. Mas existe vida fora da Seleção. A gente só não é o dueto da Seleção por uma opção nossa, para a gente conseguir focar no trabalho e na piscina. Mas é um sonho que a gente tem, disputar uma Olímpiada em casa", disse. Agora em Londres, mas fora das piscinas, as duas esperam acompanhar diversas modalidades, como ginástica, vôlei, futebol - e, é claro, natação e nado sincronizado. Mesmo deixando a equipe brasileira de nado sincronizado de lado, elas não veem problemas em conciliar a rotina de treino com os compromissos profissionais. "Na Seleção, a gente fazia prova de equipe. Uma coisa é conciliar seu tempo com dez equipes, outra é participar com sua irmã. A equipe não ia participar, não tinha porque ficar. A gente não ia conseguir nenhuma conquista inédita - a gente já foi medalhista de Pan (Pan-Americano Júnior, em 2005), finalista de Mundial. Então decidiu focar do nosso lado, que é uma coisa boa. A gente está fazendo um trabalho voltado para a gente", disse Branca. Mesmo assim, a Olimpíada de 2016 segue nos planos das irmãs, com ou sem a regra nova - na ocasião, o Brasil terá vaga automática por ser o anfitrião. "Depois dessa Olimpíada (2012), vai ter uma reunião, e o Brasil está levando uma ideia nova para critério. Porque o justo seria irem os 12 melhores. Tomara que isso aconteça, que mude essa regra. Se mudar quando eu tiver 40 anos, como vai ser?", brincou Bia.
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