Dólar fecha em queda com balanços dos EUA e alívio na Europa

(do Terra) O dólar encerrou em baixa pela quinta sessão seguida nesta quinta-feira, acompanhando uma melhora no mercado externo. Os investidores se mostraram mais animados com resultados financeiros de empresas americanas, que vieram acima das expectativas, e menos preocupados com a crise na zona do euro. O dólar fechou em queda de 0,39%, cotado a R$ 2,0138 na venda. Nas últimas cinco sessões, a moeda norte-americana recuou cerca de 1,3% em relação ao real. Segundo profissionais de mercado, a trégua de notícias negativas no cenário externo tem ajudado o dólar a recuar nos últimos dias, mas ainda dentro da banda informal de R$ 2 a R$ 2,10 estabelecida por intervenções do Banco Central. "O mercado ainda está preso dentro desse arranjo, entre R$ 2 e R$ 2,10. A moeda ficou muito tempo nos R$ 2,03, depois nos R$ 2,02 e, aos poucos, ainda com essa ausência de notícias ruins que estavam vindo do exterior, o dólar está cedendo", disse o operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado. A maioria das bolsas internacionais teve uma melhora nos últimos dias e subiu nesta quinta-feira, impulsionadas por resultados corporativos melhores do que o esperado, como o das empresas de tecnologia IBM e eBay. Na Europa, investidores também parecem um pouco menos preocupados com a situação da Espanha. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados da Alemanha aprovou com ampla maioria a contribuição do país para um pacote de ajuda da zona do euro ao setor bancário espanhol. A aprovação é uma vitória parlamentar da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que conquistou o apoio da oposição e conseguiu a maioria simples da própria coalizão na Câmara. Caso o quadro internacional continue mais tranquilo, analistas acreditam o dólar pode voltar aos R$ 2. No entanto, investidores devem ficar atentos à possibilidade de atuação do Banco Central com a moeda nesse patamar. "A moeda pode chegar próximo, mas dúvido que vai furar os R$ 2. Ninguém duvida da força do Banco Central, há esse limite psicológico entre R$ 2 e R$ 2,10", afirmou o economista da Link Investimentos, Thiago Carlos. Quando a divisa chegou a ser negociada abaixo de 2 reais no início de julho, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, declarou que esse nível poderia ser prejudicial à indústria brasileira. Mendes alertou ainda que o BC poderia atuar comprando dólares no mercado futuro caso fosse necessário. Já quando a moeda chegou próxima de R$ 2,10, o Banco Central realizou por diversas vezes leilões de swap cambial tradicional - operações que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro -, tornando esse patamar em um teto informal para o dólar.
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