Preso por pedofilia, ex- jogador denuncia abusos no Corinthians

(do Terra) Fabinho Fontes passou a noite de
segunda-feira toda chorando em
uma cela do 26º Distrito Policial, no
Sacomã, na zona sul de São Paulo.
Aos 37 anos, o ex-jogador
corintiano, promessa de craque na
década de 1990, não negou que
houvesse abusado sexualmente de
uma menina de 5 anos, mas
confidenciou aos policiais que, na
época das categorias de base do
Corinthians, sofreu vários abusos
que deformaram o seu
comportamento sexual.
O ex-meia está preso desde
domingo à noite, pego em flagrante,
acusado de estupro de incapaz . A
vítima é uma criança de 5 anos, filha
de um casal de amigos com quem
pegava carona, depois um jogo pelo
masters do Corinthians, em Taboão
da Serra, periferia de São Paulo.
No 26º DP, Fontes disse que
dirigentes do clube sabiam o que
acontecia na base, mas nunca
fizeram algo para resolver a situação
contra os garotos que atuavam pelo
Corinthians no início dos anos 90. E
que ele foi um dos que sofreram
abusos e chacotas dos cartolas.
Fabinho não sabe qual será o seu
futuro. Mas não perdoou Sergio
Alvarenga, assessor da presidência
do Corinthians, que desmentiu
qualquer ligação dele com o clube,
logo que o caso de abuso veio à
tona. O ex-meia foi ontem para o
Centro de Detenção em Pinheiros.
Se condenado, pode pegar 15 anos
de prisão.
Investigação
O assessor da presidência do
Corinthians, Sergio Alvarenga, negou
que saiba de qualquer informação
sobre os supostos abusos contra os
garotos da base nos anos 1990. "Em
1995, eu nem era sócio do
Corinthians. Nunca estive próximo
das categorias de base. Mas, se as
acusações contra os dirigentes da
época forem realmente verdadeiras,
precisam ser apuradas até o fim
pelas autoridades policiais", afirmou.
Atletas acusaram pedofilia no
futebol
Pelo menos dois jogadores de
futebol acusaram abusos ou assédio
sexual em categorias de base de
grandes clubes do Brasil, após se
tornarem profissionais. Um deles foi
o goleiro Marcelo Marinho, hoje no
Vitória-ES. Em 2005, pelo
Corinthians, ele disse que sofreu
assédio de diretor quando defendia
o Vasco. Na época dos supostos
abusos, o jogador tinha entre 12 e
13 anos.
Dois anos depois, a acusação foi
contra um dirigente da categoria de
base do Corinthians, que havia
trabalhado 30 anos no clube. Em
entrevista ao Lancenet!, em 2006, o
meia Willian, hoje no Shakhtar, da
Ucrânia , afirmou que "todo mundo
sabia o que acontecia lá".
"Nenhum jogador vai falar, mas
tenho certeza de que tinha lá.
Graças a Deus, nunca fui convidado
(para o sítio do diretor da base). E,
mesmo que fosse, não iria. Sabia
que alguma coisa de ruim podia
acontecer", afirmou o jogador.
Depois das declarações de Willian, o
então técnico do Corinthians,
Nelsinho Baptista, afirmou que casos
de pedofilia no futebol existem
desde quando ele jogava, na década
de 1970. E disse que o problema é
que os clubes não se preocupam em
contratar profissionais de gabarito
para as categorias de base.

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