(do IG) No décimo segundo de paralisação, a
greve dos policiais militares da
Bahia foi oficialmente encerrada. O
ponto final a paralisação foi decretado
neste sábado, após assembleia da
Associação de Policiais e Bombeiros
do Estado da Bahia (Aspra), no
sindicato dos bancários, em Salvador.
Após a assembleia, os
policiais disseram que continuam
insatisfeitos com a proposta do
governo do Estado. “Mas voltaremos
ao trabalho pela sociedade”,
assinalou o líder da greve Ivan Leite,
lotado na 14ª CIPM, em Lobato,
subúrbio de Salvador.
Durante a greve, o número de
homicídio cresceu assustadoramente.
Do dia 31 até hoje, 166 pessoas foram
assassinadas em Salvador e região
metropolitana. Durante todo o mês de
fevereiro de 2011, foram 172
homicídios.
Os policiais militares da Bahia saem da
greve com a garantia de um reajuste
de 6,5% (extensivo a todo o
funcionalismo público), anistia
administrativa para os grevistas e o
pagamento da GAP IV até abril do ano
que vem; e da GAP V até 2015.
Segundo o governo, com o
pagamento das gratificações, os
policiais terão um ganho real de 30%.
Uma das reivindicações dos grevistas,
a revogação da prisão dos líderes do
movimento, não foi aceita pelo
governador Jaques Wagner.
A Aspra, que liderou o movimento
grevista, deve ganhar mais
associados. Há expectativa de que
dois mil policiais insatisfeitos com a
condução das demais associações
ingressem na Aspra, que atualmente
tem 900 associados. Essa foi a
terceira assembleia em uma semana.
O início atrasou em três horas e o
número de policiais foi o menor já
visto.
Em todas as assembleias realizadas
desde a prisão de Marcos Prisco, que
vinha liderando o movimento, a
imprensa virou alvo de críticas dos
grevistas. Neste sábado, não foi
diferente. Enquanto o repórter
Genildo Lawinsky fazia um entrada ao
vivo no BATV (da Rede Bahia, afiliada
da TV Globo), um manifestante
empunhou cartaz com a inscrição
‘Rede Bahia mentira todo dia’.
A greve
A paralisação foi anunciada na noite
do dia 31 de janeiro. Desde então,
grevistas e suas famílias começaram a
protestar em frente a Assembleia
Legislativa do Estado.
O clima ficou mais tenso no dia 6,
quando soldados do Exército, da
Força Nacional e Polícia Federal,
militares da Tropa de Choque e do
grupo de operações especiais
ocuparam os entornos da Assembleia
para tentar cumprir mandados de
prisão expedidos pela Justiça baiana
contra os líderes do movimento, que
estavam no pátio do local. Chegou a
haver alguns confrontos, mas
ninguém ficou ferido com gravidade.
A greve perdeu força na quarta-feira
depois da divulgação de gravações
mostrando líderes grevistas, como
o presidente da Aspra, Marco
Prisco, negociando atos de
vandalismo. Na madrugada seguinte ,
grevistas e seus familiares deixaram
a assembleia e Marco Prisco foi
detido . A Aspra, que era a única
entidade que ainda defendia a
manutenção da greve, ficou sem líder.
Desde então, ninguém assumiu a
liderança do movimento e os outros
representantes da Aspra preferiram
não ser identificados com medo de
serem presos.
No dia seguinte, os policiais
começaram a retornar ao trabalho e,
segundo o comandante-geral, coronel
Alfredo Castro, 85% do efetivo já
estaria nas ruas. Ele também informou
que os grevistas que insistissem no
movimento, a partir de então, teriam o
ponto cortado e sofreriam sanções
administrativas. Neste sábado, os
policiais encerraram o movimento.
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