Na Itália, navio perde líquido e cresce temor de desastre ambiental
(do UOL) O ministro de Ambiente da Itália, Corrado Clini, confirmou na tarde desta segunda-feira que o navio Costa Concordia, que se encontra adernado na ilha de Giglio, está "perdendo líquido", porém o governo ainda não tem certeza se o material é, de fato, combustível.
De acordo com o jornal italiano "Corriere della Sera", o ministro não descartou declarar o estado de emergência ambiental, o que liberaria recursos extraordinários do governo federal.
Ele disse que já tiveram início os trabalhos de contenção do vazamento e instalação de barras de proteção, embora os técnicos da Capitania dos Portos italiana ainda não tenham sido conclusivos quanto à natureza do líquido.
O ministro cobrou da empresa um plano de contenção dos riscos ambientais e de remoção do navio após o acidente. "Devemos evitar que nosso patrimônio natural e paisagístico entre em risco, o que traria perigos para a indústria do turismo", disse.
"Se houver mudanças nas condições meteorológicas podemos nos encontrar em uma situação diferente da atual com o risco grave de um desastre. Estamos tentando fazer tudo com rapidez, tendo em conta que é provável que ainda tenhamos vidas humanas para salvar", acrescentou.
Mais cedo, o presidente da Costa Crociere, dona do navio, confirmou que os tanques da embarcação ainda contam com 2,4 mil toneladas de óleo diesel.
Em entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros em Gênova, Pier Luigi Foschi, o chefe da empresa, afirmou que não havia sinais evidentes de vazamento na região do acidente.
Foschi disse que há uma "grande quantidade" de diesel ainda nos tanques do navio, mas que não saiu da embarcação. Ele afirma que o combustível ainda é queimado pelos motores.
Estima-se que os tanques ainda tenham 2,4 mil toneladas de óleo, o que causaria um desastre ambiental de grandes proporções. Isso afetaria diretamente o ecossistema do Mar Tirreno, no Mediterrâneo, e o turismo da costa do Estado da Toscana.
HOMENAGEM
O "Costa Concordia", o cruzeiro que naufragou no mar Tirreno, se aproximou da ilha de Giglio para homenagear seu chefe de garçons, que nasceu no local, e um ex-comandante da companhia Costa Cruzeiro, afirmaram nesta segunda-feira os jornais "Corriere della Sera" e "Il Tirreno".
O comandante do "Costa Concordia", Francesco Schettino, detido pelo naufrágio, que deixou até o momento seis mortos, decidiu fazer uma surpresa ao chefe de garçons, Antonello Tievoli, e ao ex-comandante Mario Palombo.
"Vem ver, Antonello, estamos em Giglio", teria dito o comandante ao chefe de garçons, que pensou que era uma brincadeira de Schettino, de acordo com o "Corriere della Sera"
Tievoli, acrescentou o jornal, disse aos moradores de Giglio quando o socorreram: "nunca poderia imaginar que desembarcaria em minha casa" e desde então não quer falar com ninguém, já que se sente culpado por uma tragédia da qual se tornou protagonista sem querer.
No jargão da marinha italiana "inchino", ou "reverência", é a aproximação a um lugar para homenagear, dar um presente a um membro da tripulação.
GIGANTE DO MAR
Segundo o jornal "Il Tirreno", Antonello Tievoli, que trabalha há cinco anos no cruzeiro, ligou para seus pais, que vivem na ilha, para que vissem o navio passar por perto, um gigante do mar de 114 mil toneladas, 291 metros de comprimento, 62 de altura, 11 corredores e capacidade para 3.780 passageiros.
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