EUA dizem não haver indícios de que Irã derrubou avião
(do UOL) Uma autoridade dos EUA disse no domingo que Washington não tem indícios de que o avião não-tripulado que caiu no Irã tenha sido derrubado.
Em Teerã, a televisão estatal citou uma fonte militar dizendo que o Exército iraniano havia derrubado um avião de reconhecimento dos EUA no leste do Irã.
"Não há absolutamente nenhuma indicação até esse ponto de que os iranianos derrubaram esse avião", disse um funcionário, que não quis ser identificado.
A forças da Otan no Afeganistão afirmaram que o avião que os iranianos afirmam ter derrubado pode ser um avião de controle remoto de vigilância desaparecido na semana passada, enquanto voava sobre oeste do Afeganistão.
Em julho, o Irã informou que derrubou um avião-espião não tripulado dos Estados Unidos perto da cidade sagrada de Qom, nas proximidades da instalação nuclear de Fordu.
O Irã tem travado uma disputa com os Estados Unidos e seus aliados devido ao programa nuclear, suspeito pelas nações ocidentais de ter fins bélicos, o que o país persa nega.
RELAÇÕES ABALADAS
Depois de o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá imporem em 21 de novembro novas sanções financeiras ao Irã pelo seu programa nuclear, o Parlamento de Teerã aprovou em 27 de novembro uma lei para diminuir suas relações com Londres ao nível de negócios, o que significa a expulsão do embaixador britânico.
Organizações estudantis radicais islâmicas convocaram em 29 de novembro uma concentração em frente à embaixada do Reino Unido para protestar pelas sanções, que terminou com o ataque aos dois escritórios diplomáticos britânicos.
Os manifestantes queimaram a bandeira do Reino Unido, destruíram os dois escritórios e mantiveram retidos diplomatas e funcionários da embaixada britânica durante horas, o que só terminou com a intervenção da polícia iraniana para libertar os reféns e retirar os jovens envolvidos no protesto.
No dia seguinte, o Reino Unido retirou sua equipe diplomática do Irã e fechou sua representação. O governo de Londres ainda deu 48h aos diplomatas iranianos para deixarem seu território e fecharem sua sede.
O incidente aumentou a tensão entre o Irã e a União Europeia, cujos ministros das Relações Exteriores aprovaram na quinta-feira, em Bruxelas, novas sanções financeiras a entidades e pessoas que façam parte ou apoiem o regime de Teerã, além de planejarem eventual embargo petroleiro ao país.
Após a retirada dos diplomatas britânicos, a França, a Alemanha, a Noruega e a Holanda chamaram seus embaixadores no Irã para tratar o assunto e outros países da UE convocaram os representantes iranianos em seus territórios para protestarem pelos acontecimentos.
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