Filho de Gaddafi tem gangrena e precisa de cirurgia, diz médico


(do UOL) Saif al Islam --filho do ex-ditador líbio, Muammar Gaddafi-- capturado no final de semana no sul do país tem uma gangrena que o obriga a amputar parte do polegar e do indicador direitos, sob risco de adoecer gravemente caso não seja operado, disse à Reuters nesta quinta-feira um médico que o examinou.

Al Islam diz ter se ferido durante bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), semanas atrás. "Esse ferimento não está em boas condições e exige amputação," disse o médico ucraniano Andrei Murakhovsky, que trabalha na cidade de Zintan, onde Saif está preso. Ele atendeu o filho de Gaddafi há três dias.

"A ferida está coberta com um tecido gangrenado e um tecido necrosado", explicou. "Seu dedo indicador foi rasgado na altura da falange média, os ossos estão esmigalhados (...) é a mesma coisa com o polegar dessa mão." O médico disse que a parte a ser retirada é pequena, e que o dedo médio, também machucado, não precisa de amputação.

Quando Saif al-Islam apareceu na TV com os dedos enfaixados, muitos líbios acharam que os soldados que o prenderam haviam arrancado-lhe os dedos como vingança por declarações feitas antes da deposição do seu pai, em que ele apontava ameaçadoramente para os rebeldes.

Murakhovsky, porém, disse que os ferimentos são consistentes com "algum tipo de explosão."

A cirurgia, segundo o médico, poderia ser feita em Zintan, com anestesia local, mas milicianos da cidade temem que o prisioneiro seja vítima de um atentado caso deixe a prisão para ir ao hospital.

O médico explicou que a operação "não é tão urgente, já está assim há um mês, mas é preferível que seja feita logo." Sem tratamento, acrescentou, a infecção gangrenosa pode se espalhar para a corrente sanguínea e causar uma osteomielite (infecção da medula óssea).

O governo provisório líbio diz que Saif al-Islam está recebendo o melhor tratamento possível. O Tribunal Penal Internacional indiciou-o por suspeitas de crimes contra a humanidade, mas a Líbia diz que pretende julgá-lo em seus tribunais, onde ele pode ser condenado à morte.
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