Agora ele está realmente em exílio. Perguntado se voltaria à Rússia, ele deixou claro que não tinha nenhuma intenção de fazê-lo no momento, por "não ter garantia" de que poderia deixar o país novamente. Ele afirmou também só ter descoberto que seria libertado quando, às 2h, um comandante o informou. E só descobriu que iria para Berlim quando viu o avião alemão no aeroporto.
Modernizador
Mikhail Khodorkovsky é um dissidente complexo. Ele ganhou seu dinheiro durante os inescrupulosos anos 1990, construindo um império de bancos e petróleo. Por essa razão, ele não é amado por todos na Rússia. Muitos o veem como parte de uma gangue que roubou os recursos da Rússia enquanto a União Soviética se desintegrava. Mas no início dos anos 2000, ele tentou ser pioneiro na modernização dos negócios russos, encorajando mais democracia no país.
Foi quando ele começou a financiar grupos de oposição – e quando responsabilizou abertamente o presidente Putin pela crescente atmosfera de corrupção que rodeava o Kremlin – que o magnata caiu em desgraça. Outros oligarcas se afastaram da política ou deixaram o país, mas Mikhail Khodorkovsky não fez isso, e acabou na prisão.
Grupos de direitos humanos dizem que seus 10 anos preso e sua libertação repentina mostram quão frágil é a lei na Rússia. O aprisionamento ainda é uma ferramenta na política do Kremlin, apesar de alguns afirmarem que Putin passou a usá-la menos.
O líder da oposição Alexei Navalny, os ativistas do Greenpeace – e logo os membros da banda Pussy Riot – foram todos libertados nos últimos meses. A especulação é de que a anistia seja parte de uma tentativa de livrar as prisões russas de casos controversos antes da Olimpíada de Inverno de Sochi, em fevereiro de 2014.
Quando perguntado se apoiaria um boicote aos Jogos de Sochi, Khodorkovsky disse que não gostaria de estragar o que deveria ser uma celebração do esporte. Mas alertou que o evento não deve se transformar em celebração de um homem – o presidente Vladimir Putin.
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