Enquanto Sebastian Vettel (Red Bull) vencia o Grande Prêmio de Cingapura, seu companheiro Mark Webber abandonava com problemas na última volta. Fernando Alonso, que havia cruzado a linha de chegada em segundo, parou e ofereceu um carona ao australiano, que aceitou. Na garupa, Webber foi levado até os boxes. Nas redes sociais, as equipes de ambos reagiram de maneira positiva ao gesto.
O momento não é inédito, e muita gente se lembrou de tê-lo visto antes. No caso mais conhecido, a carona foi de Nigel Mansell (Williams) para Ayrton Senna (McLaren), após o Grande Prêmio da Inglaterra de 1991. Na época, os dois disputavam entre si a liderança da temporada, com vantagem para o brasileiro: 48 a 23 após sete etapas.
Enquanto Senna encostava o carro, Mansell acenava para o público na chamada Volta da Vitória (a volta após o fim da prova, na qual o piloto vencedor costuma cumprimentar o público antes de levar o carro de volta para os boxes). Mas eis que veio a surpresa: o inglês parou o carro perto do brasileiro e o apanhou para uma carona até os boxes. Senna subiu pelo lado esquerdo do carro, colocou a perna direita dentro do cockpit do rival e deu dois tapinhas no capacete de Mansell para agradecer a gentileza. Um comissário tentou tirar Senna dali, mas o então bicampeão o afastou com a perna esquerda. Seguiu-se então o desfile da Williams, com acenos de Mansell para uma multidão animada em Silverstone.
Não houve punição para nenhum dos dois pilotos na época, e Senna acabou campeão – Mansell daria o troco em 1992. No entanto, na temporada de 2013, a FIA se mostrou menos simpática ao gesto e puniu Webber pela carona que pegou na Ferrari de Fernando Alonso. Diante das evidências apresentadas pelos comissários do Grande Prêmio de Cingapura, Webber perderá dez posições no grid de largada da próxima etapa, na Coreia do Sul.
O australiano foi punido por entrar na pista sem permissão, e como é sua terceira punição no ano (foi também penalizado no Bahrein e no Canadá), acabou pagando com as dez posições no grid. Alonso, por sua vez, manobrou o carro de forma arriscada “para outros pilotos ou demais pessoas”, o que obrigou dois carros (no caso, as Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton) a desviar de sua Ferrari na pista. Por não ser reincidente como Webber, Alonso escapou de pena.
A Red Bull ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. No entanto, em comunicado, Webber lamentou o fim de sua prova. “Nas seis últimas voltas, os caras (da equipe) estava preocupados com o carro. É chato, mas alguém por aí teve um dia pior que o meu, e é assim que as coisas são”, disse. “Começamos a perder muita pressão. Estávamos tentando apenas levar o carro até o fim naquele momento, mas na última volta, o carro pegou fogo”, completou.
Curiosamente, não foi a primeira vez que os dois protagonizaram tal cena. Após o Grande Prêmio da Alemanha de 2011, Fernando Alonso ficou sem combustível e foi apanhado por Mark Webber para voltar ao parque fechado. Na ocasião, nenhum deles foi punido.
0 comentários