"O mundo está esperando não só o que decidimos, mas também como tomamos nossa decisão", afirmou Kerry na primeira audiência no Congresso dos EUA dedicada a debater um possível ataque militar contra o regime sírio.
O presidente dos EUA, Barack Obama, "não está pedindo ao povo americano para ir à guerra", ressaltou Kerry na audiência perante o Comitê das Relações Exteriores do Senado, ao sustentar que o governo propõe uma intervenção "limitada" que não implica no envio de tropas. Segundo Kerry, "o mundo se pergunta se os EUA consentirão com seu silêncio" que o ataque do último dia 21 de agosto com armas químicas na periferia de Damasco, atribuído pelos EUA ao regime de Assad, fique sem resposta.
"O debate é sobre a linha vermelha do mundo, da humanidade" quanto ao que se pode permitir ou não em uma guerra, enfatizou o chefe da diplomacia americana. Quando alguém "mata centenas de crianças com uma arma proibida, todos somos responsáveis", acrescentou Kerry. "Estamos aqui porque um ditador e sua família, em seu desejo de aferrar-se ao poder, usaram armas químicas", completou.
Além disso, Kerry se mostrou disposto a realizar mudanças na solicitação formal de autorização para um ataque na Síria enviada pelo governo ao Congresso, depois que muitos legisladores tenham comentado que é aberta e ampla demais em relação ao poder que concede ao presidente.
O secretário de Estado foi interrompido no final de seu discurso por Medea Benjamin, cofundadora do grupo pacifista Code Pink e que gritou perante o comitê que o povo americano "não quer outra guerra". Kerry lhe respondeu salientando a importância que o Congresso debata e que a decisão dos legisladores seja uma expressão do "desejo" do povo americano.
Obama pediu hoje uma votação "rápida" no Congresso sobre uma ação militar "limitada" contra a Síria e se mostrou confiante que alcançará a autorização dos legisladores, antes de reunir-se na Casa Branca com os principais líderes dos partidos Democrata e Republicano no Capitólio.
0 comentários