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Presidente Dilma Rousseff recepciona o papa Francisco durante cerimônia no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense
Foto: Bruno Itan / Divulgação
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A situação ficou tensa logo na chegada ao Centro. O carro que levava o Papa até a catedral ficou preso num engarrafamento. Fiéis viram o automóvel parado, quase sem seguranças por perto e se aproximaram numa tentativa de tocar o ídolo. Muitos conseguiram. Guarda-costas se desdobraram para fazer um frágil cordão de isolamento em torno do argentino. Poderia ter acontecido um episódio grave. Por sorte, não ocorreu. Nem a Secretaria Municipal de Transportes tampouco a Polícia Federal assumiram a responsabilidade pelo erro.
Episódio parecido podia ter ocorrido durante o trajeto pela região da Cinelândia. Mas, uma hora antes da chegada do Pontífice, os voluntários tomaram a frente da organização. Armaram um cordão de isolamento durante todo o caminho, evitaram que outros fiéis tomassem as ruas e garantiram a tranquilidade de Francisco no seu circuito.
Alheios ao protocolo que o Papa seguiria, os fiéis abanavam para qualquer helicóptero que aparecia na região da Cinelândia. Ainda não era o Pontífice, mas um sinal de que ele estava por perto. Quando o papamóvel saiu da catedral, por volta das 17h, o centro entrou em ebulição completa. Milhares de celulares foram erguidos para o alto em busca de uma imagem enquanto gritos ensurdecedores eram ouvidos. Muitas pessoas choravam. Algumas corriam ao lado do carro de Francisco acenando.
Os inúmeros jovens argentinos que tomaram coragem de seguir até o Rio de Janeiro depois da escolha de um Pontífice nascido no país comemoraram. “É um presente de Deus no dia do meu aniversario poder ver o Papa, há muitos anos o seguíamos e é um orgulho ter um papa argentino”, disse o conterrâneo de Francisco, Matias Garavelli.
Mas a emoção tinha procedência de todas as partes. A jovem Carolina Bittencourt, 12 anos, mora em Fortaleza e voltou ao Rio de Janeiro, onde nasceu, para ver o Papa. “Fiquei tremendo quando ele passou. Foi uma das maiores emoções da minha vida.”
No final do circuito, ao lado do Theatro Municipal, mais um momento de aflição. Agentes da Guarda Municipal tiveram de abrir passagem entre a multidão que estava na calçada para que o papamóvel pudesse passar. Mas demorou um pouco.
Quando o papa Francisco chegou ali, havia dois carros da comitiva estacionados. Alguns voluntários aproveitaram a chance e chegaram perto do Pontífice. Uma jovem levou uma criança que foi prontamente abençoada pelo Papa. Se tem algo que não tira a tranquilidade de Francisco são protocolos sendo quebrados. “Foi muito emocionante. Ele é exatamente isso que mostrou: transparente e humilde”, afirmou o peregrino Alan Kevin, de Buenos Aires.
Papa Francisco no Brasil
Com um público estimado em 1,5 milhão de pessoas, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 ocorre entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro. O evento, realizado a cada dois ou três anos, promove um encontro internacional de jovens católicos o Papa. A última edição da JMJ ocorreu em 2011, em Madri, na Espanha, e reuniu cerca de 2 milhões de pessoas, de mais de 190 países.
O evento marca também a primeira grande visita internacional do papa Francisco desde sua nomeação como líder máximo da Igreja Católica, em 13 de março desde ano. O Pontífice chega ao Rio de Janeiro na tarde do dia 22 de julho, com retorno a Roma previsto para o dia 28. Sua agenda no Brasil contempla a visita à comunidade de Varginha, no complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio, e ao Hospital São Francisco de Assis. Além disso, terá um encontro com a sociedade no Theatro Municipal, no centro da cidade, e ao Santuário de Aparecida, em São Paulo. O ponto alto fica por conta de duas grandes celebrações na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, nos dias 25 e 26.
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