Polícia sobre suspeito de matar taxistas no RS: "ele saiu para matar"

Investigação não descarta que o jovem de 21 anos tenha problemas mentais

Após as mortes, taxistas em Porto Alegre fizeram vários protestos por segurança e Justiça Foto: Diogo Sallaberry/LLPhoto Press / Futura Press
Após as mortes, taxistas em Porto Alegre fizeram vários protestos por segurança e Justiça
Foto: Diogo Sallaberry/LLPhoto Press / Futura Press
O suspeito de ter assassinado seis taxistas no Rio Grande do Sul - três em Porto Alegre e três em Santana do Livramento - estava decidido a matar. "Ele disse que saiu para matar, tanto que a primeira coisa que fazia era matar e só depois pegava o dinheiro", explicou a delegada Melina Bueno durante coletiva de imprensa neste domingo na capital. Segundo a polícia, Luan Barcelos da Silva, 21 anos, confessou em depoimento que foi o autor dos crimes e alegou motivação financeira, mas a investigação não descarta que ele tenha problemas mentais. O jovem foi preso sábado pela manhã em sua residência no bairro Santa Cecília. No local, a polícia recolheu roupas e uma mochila. Também foi encontrado com ele um celular de uma das vítimas e uma passagem de ônibus da cidade da fronteira para a capital que usou na Quinta-Feira Santa. Um teste com luminol - substância que mostra a presença de sangue - em um casaco recolhido, deu positivo. O suspeito relatou que cometeu os crimes porque estava com o aluguel da casa, onde morava com mais um amigo, atrasado há cerca de 10 dias. A dívida era em torno de R$ 1,25 mil. Melina, que colheu o depoimento do suspeito, disse que ele relatou em 3h30 os detalhes sobre os assassinatos de forma tranquila e fria. E confessou ter cometido todos os homicídios com a mesma arma, de calibre 22, que ganhou de um amigo, e que escolhia as vítimas aleatoriamente. "Ele precisava de dinheiro. Tentou vender notebook e celular em Santana do Livramento, mas não conseguiu. Então resolveu atacar taxistas porque era mais fácil", contou. “Ele colocou que sempre fez da mesma forma. Mandava parar o carro e dava dois tiros na cabeça da vítima. Primeiro matava e depois via quanto tinha. Pegava o dinheiro e o aparelho celular”, informou a delegada. De classe média e sem antecedentes criminais, Luan é natural de Santana do Livramento e morava em Porto Alegre há cerca de dois anos e meio. Ele trabalhava como corretor de imóveis, mas ficou sem emprego no final do ano passado. Há cerca de 15 dias, foi contratado como orientador educacional e dava aulas de informática para crianças. A polícia explicou que a investigação se baseou em depoimentos de testemunhas e em elementos periciais, entre eles, as imagens gravadas por câmeras nas duas cidades e os aparelhos celulares roubados das vítimas. Além disso, as digitais de Luan foram encontradas em um táxi em Santana do Livramento. Com os latrocínios, o rapaz relatou ter conseguido cerca de R$ 850, além dos aparelhos celulares que distribuiu para conhecidos. "Esse indivíduo é uma espécie de serial killer. Mas ainda: ele refere que utilizou a mesma arma, de calibre 22. Em Livramento ele disse que usou munição pequena e aqui uma bem maior. Talvez isso possa nos explicar a questão da balística forense ter dado diferente aqui em Porto Alegre da de Santana do Livramento", explicou o chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior. Luan está preso no interior do Estado. A polícia mantém o local sob sigilo.
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