Jogadores elogiam, mas teste mostra que Maracanã precisa de melhorias

Jogo reuniu amigos de Ronaldo contra amigos de Bebeto Foto: Daniel Ramalho / Terra
Jogo reuniu amigos de Ronaldo contra amigos de Bebeto
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Se o primeiro teste do novo Maracanã foi com cerca de 30% de sua capacidade, é fácil dizer que ainda falta muita coisa a ser feita. E falta mesmo. Apesar de ter sido aprovada pelos jogadores que participaram da festa de sábado à noite, é só olhar o entorno do estádio para ver que o trabalho vai ser duro nos próximos dias.

“Mesmo tendo sido de última hora, está lindo, com telões, o gramado perfeito” disse Ronaldo, membro do Comitê Organizador da Copa e que fez, como ex-jogador, seus primeiros gols no local que antes era chamado de "maior do mundo". Os amigos de Ronaldo venceram o jogo por 8 a 5 sobre o time dos amigos de Bebeto.

Bebeto deixou o gol dele, de pênalti e fez parceria de ataque com o filho Matheus, que estreou no estádio. “Ver essa torcida gritando de novo é lindo e essa proximidade é o melhor de tudo”, disse Bebeto, que não soube explicar o motivo de Romário, seu parceiro da Copa de 94, não ter comparecido ao jogo, apesar de ter confirmado pelo Twitter que estaria presente à festa.

Mas se a organização fez de tudo para que quem fosse ao Maracanã visse apenas o que estava pronto, era impossível na chegada e na saída ver o que ainda falta. Apenas duas portas foram abertas para a abertura. Toda a lateral que vai da Torre de Vidro (na rua Waldir Amaral), passando pelo lado da Rua Professor Manuel de Abreu (em frente à Uerj) e Radial Oeste está um canteiro de obras com muita terra e com a impressão de que ainda há muito trabalho a ser feito.

“O entorno vai ser entregue até o dia 27 de abril”, prometeu o secretario de transportes do Rio, Carlos Roberto Osório, que no fim da partida comemorou o sucesso do esquema montado pela prefeitura para a chegada e saída de torcedores.

“A atmosfera é a mesma de antes, mas ainda há muita coisa a ser feita”, disse o ex-zagueiro do Botafogo, Gonçalves. O atacante Washington, ex-São Paulo e Fluminense, autor do primeiro gol do novo estádio, disse que ficou a saudade do antigo Maracanã. “Mas essa proximidade com o torcedor é muito boa”, comemorou.


Por fora, muito o que fazer e por dentro o teste precisa de ajustes. Os operários ganharam ingressos para a partida, mas muitos venderam seus bilhetes antes do jogo. Os funcionários que indicavam por onde o torcedor deveria entrar usavam mãos enormes como setas e uma alegria bem ensaiada, mas que soava falsa. Eles e os responsáveis pela segurança pecaram pela falta de informação correta. Credenciados passavam por um primeiro controle e não passavam do segundo; não credenciados circulando livremente por zona de credenciados e muitos caronas dentro do campo, principalmente familiares de quem estava trabalhando na partida.

Há dúvidas também se quem senta nas cinco primeiras fileiras do estádio, próximas ao gramado, vai ter boa visão do jogo quando forem colocadas placas de publicidade. E também de como vai ser a circulação de torcedores quando as bilheterias do estádio estiverem outra vez abertas.

Tudo isso pode e deve ser melhorado. E nada melhor que um jogo para valer, provavelmente no dia 15 de maio, para que algumas dessas respostas sejam dadas, até que no dia 2 de junho Brasil e Inglaterra entrem em campo, e a Fifa diga se gostou, de verdade. Ou não.




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