"Gosto de me sentir esgotado quando saio do palco", diz Robert Smith

The Cure, banda liderada pelo cantor inglês, se apresenta nesta quinta (4) no Rio de Janeiro e no sábado (6) em São Paulo

Smith tem tentado ser mais aventureiro com o The Cure, fazendo shows em locais em que nunca havia tocado, como China e Rússia Foto: Divulgação
Smith tem tentado ser mais aventureiro com o The Cure, fazendo shows em locais em que nunca havia tocado, como China e Rússia
Foto: Divulgação
Quando mais jovem, Robert Smith costumava pensar que se aposentaria aos 55 anos. Há pouco mais de um ano de completar a data limite, o líder do The Cure não parece dar sinais de que a carreira esteja chegando ao fim. De volta ao Brasil após 17 anos - a banda se apresenta nesta quinta-feira (4) na HSBC Arena, no Rio de Janeiro, e no sábado (6) no Anhembi, em São Paulo -, o vocalista deixa claro em entrevista ao Terra que os fãs podem esperar shows longos e recheados de hits. "Fizemos alguns shows em festivais nos últimos cinco anos em que tivemos que tocar por 2 horas ou menos e, quando saímos do palco, estávamos frustrados", analisa ele sobre as apresentações. "Gosto de me sentir esgotado quando saio do palco, de deitar no chão como se eu pudesse dormir ali." Com mais de 30 anos de carreira - a estreia, Three Imaginary Boys, foi lançada em 1979 -, Smith faz planos para o futuro, mas sem impor prazos ou obrigações. Liberdade é a palavra de ordem. "Com a independência podemos fazer tudo que queremos sem ter que perguntar a ninguém", comenta. Se as amarras não existem, os planos são muitos: lançar finalmente as sobras de 4:13 Dream, álbum de 2008, fazer um filme com os melhores momentos da turnê sulamericana, uma nova série de shows tocando os álbuns da metade dos anos 1980 na íntegra e, quem sabe, até um disco novo de inéditas. Experiente, Smith se dá ao luxo de tocar menos e se aventurar em lugares novos - o The Cure se apresentou pela primeira vez na China em 2007 e na Rússia em 2012. Do Brasil, lembra da loucura da primeira passagem - "foi a primeira grande sensação de que estávamos nos tornando uma banda gigante" - e de estar doente na segunda vez. O vocalista garante que continua compondo muito, mesmo com o passar dos anos. O que mudou, no entanto, foi a autocrítica. "Quando ouço algumas coisas, não consigo não pensar que já fiz aquilo melhor antes. Mas fico feliz que eu tenha a honestidade e integridade de olhar para essas canções e saber que elas não são tão boas quanto as que eu gravei", fala, sem autopiedade. Smith parece ter total noção do tamanho e importância do The Cure e do legado que construiu. "Não é algo que me incomode (parar de compor), porque eu já fiz muito."
Categorias: , ,

0 comentários