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China destrói bairro histórico para construção de vilas turísticas
China destrói bairro histórico para construção de vilas turísticas
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Depois de ter sido vetado, o projeto foi retomado no início de 2013 com a chegada de tratores e máquinas de demoliçãoFoto: Fernanda Morena / Especial para Terra |
A casa da família Guo, localizada na praça central de Pequim, entre as torres históricas do Sino e do Tambor, está na família há mais de um século. Reformada ao longo dos anos, a morada foi dividida para acomodar os novos membros da família à medida que eles nasciam. Ali, o filho de Guo Long deu os primeiros passos, aprendeu a andar de bicicleta e fez seus primeiros amigos. Hoje, o que resta da casa são apenas escombros e indícios da memória familiar
"Saímos da casa no início de fevereiro, logo depois de o governo dizer que a destruição das casas começaria no final daquele mês", conta Yang Hua, 67 anos, esposa de Guo Long.
A troca foi para eles "vantajosa". "Ainda que tenhamos uma conexão emocional à casa, as condições já eram precárias. O aquecimento à carvão era insuficiente e sufocador, e o saneamento também era ruim”, conta Guo Long. Pela área de 70 metros quadrados, a família recebeu do governo um apartamento de dois quartos na zona sul da cidade.
A renovação de Gulou, como é chamado o bairro que circunda a torre de mesmo nome (Gu significa tambor em mandarim), já estava nos planos de Pequim desde 2010. Na época, a intenção era "limpar" os arredores das casas velhas e os estreitos hutongs (as vielas que marcam o centro histórico de Pequim), alguns com mais de oito séculos de história, para a construção de um centro cultural e um shopping no subsolo.
Depois de ter sido vetado, o projeto foi retomado no início de 2013 com a chegada de tratores e máquinas de demolição. For a decretado o fim da história em comunidade de famílias como a de Guo.
A área, antigamente tomada por turistas locais e estrangeiros atrás de passeios de riquixás e de alimentos nativos de Pequim no comércio local, hoje se divide entre carros, lixo e catadores de sucata. O turismo a pé e de bicicleta deu espaço aos carros e ônibus fretados, que poderão circular mais livremente quando os hutongs forem destruídos e transformados em grandes avenidas. Em 2011 alguns hutongs que circundam a praça de Zhonggulou (a da torre do sino e do tambor) desapareceram para dar espaço a redes de fast food como KFC e Costa Café.
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