Kiss: delegado reclama de críticas movidas por 'interesse partidário'

Delegado Marcelo Arigony, responsável pelas investigações do incêndio na Boate Kiss, rebateu críticas do prefeito de Santa Maria Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Delegado Marcelo Arigony, responsável pelas investigações do incêndio na Boate Kiss, rebateu críticas do prefeito de Santa Maria
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
O delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony, rebateu nesta segunda-feira as acusações do prefeito Cézar Schirmer (PMDB) a respeito da existência de motivação política na inclusão do chefe do Executivo municipal no inquérito que investiga o incêndio na Boate Kiss. Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, Arigony se disse "muito triste de ver pessoas com nítido interesse partidário criticando a situação". "Imediatamente nós colocamos o relatório na internet para o escrutínio de todos. E agora nós vamos digitalizar todo o inquérito e colocar também, para que todos escrutinem e vão ver que todos os atos dentro do inquérito policial foram praticados com a mais absoluta isenção, imparcialidade e regularidade", afirmou o delegado. Segundo Arigony, o prefeito não foi incluído no inquérito pela responsabilidade de escolher os secretários e funcionários, e sim por contradições entre o seu depoimento à Polícia Civil e a resposta da prefeitura a um ofício do Ministério Público. "O indiciamento do prefeito veio porque ele foi oficiado diretamente, foi oficiado na pessoa dele pelo Ministério Público, dentro do inquérito civil, perguntando sobre a boate. E a prefeitura respondeu que a licença da boate estava vencida há seis meses. A partir desse fato, o prefeito municipal não pode mais sustentar a versão dele, de quando prestou depoimento, dizendo que nada sabia sobre a estrutura da prefeitura, nada sabia sobre os seus fiscais, nada sabia sobre a legislação", criticou o delegado. "O prefeito não pode mais dizer que eles não têm responsabilidade. Essa conduta omissiva ou negligente contribuiu, sim, para o resultado. Se a prefeitura neste momento tivesse fiscalizado essa casa, ela estaria nos dias 26 e 27 (de janeiro) fechada ou teria se adequado à legislação", completou. Arigony ainda afirmou que a prefeitura dificultou o acesso a documentos referentes à Boate Kiss. "Os setores dentro da prefeitura não se comunicavam. O fato mais grave: nós oficiamos a prefeitura municipal solicitando todos os documentos relativos à boate. Para a nossa surpresa, o documento mais importante, que apontava 29 irregularidades da boate, feito por um arquiteto da prefeitura, não nos foi mandado. Nós tivemos que fazer uma diligência de busca e encontramos esse documento em outro setor. Eu não vou falar em má fé, mas nos parece que esse documento não nos foi mandado deliberadamente", concluiu.
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