Filha de Hugo Chávez faz discurso emocionado no funeral do pai

O corpo do líder, que morreu no último dia 5, foi transferido para o Museu da Revolução; milhares de pessoas acompanham o cortejo

O caixão com o corpo de Chávez foi transladado da capela da Academia Militar para o Museu da Revolução, no Quartel da Montanha, também em Caracas Foto: EFE
O caixão com o corpo de Chávez foi transladado da capela da Academia Militar para o Museu da Revolução, no Quartel da Montanha, também em Caracas
Foto: EFE
María Gabriela Chávez, filha do presidente Hugo Chávez, fez uma despedida emocionada nesta sexta-feira, último dia do velório do líder que morreu aos 58 anos de câncer. Ela prometeu que defenderá o legado de Chávez e agradeceu por ter devolvido o país aos venezuelanos. Após a fala de María Gabriela, o caixão com o corpo do presidente foi transladado da capela da Academia Militar para o Museu da Revolução. Com óculos escuros, María Gabriela, uma das três filhas de Chávez, que também teve um filho, leu na um texto no qual expressou sua dor pela morte de seu pai, ocorrida no último dia 5, após mais de 20 meses de luta contra o câncer."Dói sua partida, é uma dor que me queima a alma, que difícil ficou a vida sem ti para mim", disse perante os membros do governo, a cúpula militar, e toda a família de Chávez. "Obrigada, portanto, amor de pai, obrigado por teu constante exemplo, obrigado por teu riso, obrigado por teu pranto (...) obrigado por tua absoluta e eterna entrega mas, sobretudo, graças comandante por nos devolver a pátria", disse. "Nós cuidaremos de sua pátria e defenderemos seu legado como você nos ensinou a fazê-lo, jamais te irás", acrescentou, entre aplausos dos presentes. A filha de Chávez falou antes que começasse a mudança do caixão do governante da Academia Militar, onde ficou exposto ao público, até o Quartel da Montanha ou Museu da Revolução, onde permanecerá até que tenha sepultura definitiva. O governo queria embalsamar Chávez "pela eternidade", ao estilo dos líderes soviéticos Lênin e Stálin e do chinês Mao. Mas, constrangedoramente para a Venezuela, autoridades disseram que o processo foi iniciado tarde demais e pode não ser possível. O Parlamento deveria debater uma moção nesta semana para uma emenda na Constituição para que o corpo de Chávez seja colocado no Panteão Nacional, perto dos restos mortais de seu ídolo, o herói da independência sul-americana Simon Bolívar. A Constituição estabelece que a honraria só pode ser concedida para líderes 25 anos após sua morte. Milhares de chavistas encheram as ruas para acompanhar o cortejo de hoje. Alguns usavam bandanas com o nome do presidente interino Nicolás Maduro, nomeado por Chávez como seu sucessor. Ele é o favorito para as eleições de 14 de abril. "Chávez, prometo a você, meu voto é para Maduro", dizia uma bandana, repetindo um slogan em comícios pró-governo.
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