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Defesa diz que Mizael está 'arrasado' e vai recorrer da condenação
Defesa diz que Mizael está 'arrasado' e vai recorrer da condenação
Condenado a 20 anos de prisão pela morte de Mércia, ex-PM pode pedir progressão da pena para regime semiaberto em 7 anos
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Advogados de defesa garantem recurso à decisão do júriFoto: Marcos Bezerra / Futura Press |
A defesa do policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, 43 anos, anunciou que irá recorrer da decisão que o condenou a 20 anos de prisão pela morte de sua ex-namorada e também advogada Mércia Nakashima, 28 anos, assassinada em 23 de maio de 2010. A condenação foi anunciada nesta quinta-feira, no Fórum de Guarulhos (Grande São Paulo), após quatro dias de júri, mas os advogados discordam da decisão e também reclamaram da pena, que avaliaram como muito elevada.
Mizael foi levado de volta ao Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, onde deve permanecer até que os recursos da defesa sejam julgados - o que não tem prazo para ocorrer. Entretanto, ele tem o direito de pedir a progressão da pena para o regime semiaberto daqui a sete anos, podendo ficar em liberdade, necessitando retornar à prisão somente à noite.
Segundo os advogados, Mizael descartou tentar qualquer acordo e manteve a versão de que é inocente. "Ele ficou triste, chorou. (...) Está arrasado. Falou: 'condenaram um inocente'", disse o advogado Samir Haddad Junior. "A defesa foi vencida, mas não convencida", completou o advogado Ivon Ribeiro, que também o defendeu.
A defesa tem cinco dias úteis, a partir da publicação da sentença, para apresentar o recurso. De acordo com os advogados, a defesa estuda pedir um novo júri, por acreditar que as provas do processo foram "ignoradas". Segundo Ivon Ribeiro, também é possível pedir a anulação do julgamento, pois houve "erros grosseiros" nos laudos da perícia.
"Nós vamos recorrer. Não surpreendeu (a condenação). Mas a pena pode ter sido exacerbada em uns dois ou três itens, no qual o juiz achou por bem a elevação. Vamos pedir a redução da pena", disse Ribeiro. "Temos meios para buscar um recurso de anulação de júri sim, mas não sabemos se faremos isso ainda", explicou o defensor, que disse que deverá se reunir com Mizael ainda nesta sexta-feira para elaborar o recurso.
Apesar da condenação, os advogados elogiaram a postura dos jurados e negaram que a transmissão ao vivo do julgamento tenha influenciado de alguma forma. "Não, não penso que isso influenciou. Foi concordância uníssona de todas as partes envolvidas e também houve consentimento do nosso cliente. (...) Isso não merece reparo nenhum por parte da defesa", disse, acrescentando, porém, acreditar que os jurados não tenham conseguido "absorver", em quatro dias, todas as informações contidas nas provas técnicas.
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