RS: jovem diz que escapou da morte porque pai o proibiu de sair

João Vitório Tavares estava pronto para ir à festa quando foi impedido pelo pai Foto: Daniel Favero / Terra
João Vitório Tavares estava pronto para ir à festa quando foi impedido pelo pai
Foto: Daniel Favero / Terra
O estudante João Vitório Tavares, 19 anos, diz que poderia ter sido mais uma das mais de 200 vítimas do incêndio na boate Kiss, ocorrido na madrugada deste domingo, em Santa Maria. Sua vida, segundo ele, foi salva pelo seu pai, "que trancou o pé e me proibiu de sair", disse no velório de um de seus amigos. "Os guris já tinham me ligado umas setes vezes para ir para a Kiss, já tinha até me arrumado, mas meu pai trancou o pé na porta e não me deixou sair. Acabei dormindo e fui acordado por várias ligações me perguntado se eu estava bem", disse o estudante. Ele perdeu ao menos três amigos na tragédia. "Poderia ter sido eu, era para eu estar lá", dizia.

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 "A ficha ainda não caiu, não sei como pode ter acontecido uma coisa dessas", disse o jovem, demonstrando muita perplexidade com o ocorrido, que ceifou a vida de vários conhecidos seus. Roberta Hardtori, 23 anos, conta que perdeu duas amigas e dois amigos na tragédia. Segundo ela, as mortes devem fazer com que autoridades sejam mais atuantes na fiscalização das casas noturnas. "Acho que os pais também vão ficar mais preocupados com os filhos, já que essa é uma cidade universitária", afirmou. Segundo ela, nesse momento, o sentimento é de indignação com o que aconteceu. "Com tudo, com as autoridades, com o descaso, falta de preparo, estrutura", desabafou a jovem com os olhos vermelhos após um dia de más notícias.

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