RJ: policial que atirou e matou juíza pega 21 anos de prisão

Marli, mãe da juíza assassinada, abraça o advogado Técio ao final do julgamento. Foto: Mauro Pimentel/Terra
Marli, mãe da juíza assassinada, abraça o advogado Técio ao final do julgamentoFoto: Mauro Pimentel/Terra
O cabo da Polícia Militar de São Gonçalo, Sérgio Castro Júnior, foi condenado nesta terça-feira, por júri popular, a 21 anos de prisão pela participação no assassinato da juíza Patrícia Acioli. A sentença foi anunciada por volta das 20h na 3ª Vara Criminal de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O promotor Leandro Navega considerou 21 anos uma pena justa para quem fez a delação premiada. Para o advogado de acusação, Técio Lins e Silva, a sentença foi uma resposta à barbárie que foi a morte de uma juíza de Direito, um símbolo do direitos humanos. "Vinte e um tiros, 21 anos. Foi uma coincidência fatídica dos números, mas foi o resultado possível e justo também dos números. É um resultado que faz justiça ao tribunal do júri e um belo exemplo para o Brasil e o mundo", disse o advogado ao final do julgamento. Primeiro dos 11 policiais do sétimo Batalhão de São Gonçalo acusados da execução da juíza a ser julgado pelo crime, que aconteceu há um ano e 4 meses, ele é réu confesso e foi beneficiado pela delação premiada. Ao anunciar a sentença, o juiz Peterson Simão ressaltou que, apesar da contribuição para o esclarecimento do crime, a redução aplicada foi a mínima. Sérgio Castro confessou, em depoimento de mais de uma hora e meia, no Tribunal de Justiça de Niterói, que foi o autor dos disparos que mataram a magistrada. Ele não reconhece, no entanto, que tenha efetuado 21 disparos, como apurou a investigação. Seria o autor, afirmou, de cerca de 15 tiros, provenientes de duas armas. Ele foi condenado pelos crimes de formação de quadrilha e homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de ocultar crimes anteriores). Com a condenação, Costa é automaticamente expulso dos quadros da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O caso A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto de 2011, na porta de casa em Piratininga, Niterói. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados 21 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista. Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.
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